postado em 05/07/2010 08:33
Sem a candidata do PT à Presidência Dilma Rousseff por perto, muitos aliados tiveram que recorrer a programas de edição de imagem para montar banners e folhetos de divulgação das convenções partidárias. Alguns tiveram mais sorte e puderam posar ao lado da candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aproveitando a oportunidade para abastecer o banco de imagens e elaborar milhares de santinhos sem o constrangimento das montagens forjadas para impressionar possíveis eleitores. Em alguns casos, a coordenação de campanha da ex-ministra tentou explicar as complicações das agendas e prometeu ;compensar; os preteridos com um afago de Dilma e do presidente Lula assim que for dada a largada oficial das campanhas.Mas a participação seletiva de Dilma nos pré-palanques provocou ciúme entre os aliados. A presença da presidenciável do PT nas convenções não obedeceu a critérios numéricos, considerando o número de eleitores dos colégios regionais, nem partidários. Importantes estados e aliados políticos foram preteridos em benefício de outros. Sem levantar polêmicas antecipadas, os correligionários petistas que não puderam contar com a presença de Dilma nas reuniões contam que ;relevam; a ausência, mas tentam agendar participação de Dilma o mais rápido possível.
O presidente do PT do Rio Grande do Sul, deputado estadual Raul Pont, afirma que Dilma vai compensar a ausência na convenção que formalizou Tarso Genro como candidato ao governo cumprindo extensa agenda no estado dia 31, segundo previsão da coordenação. No mesmo dia do evento de Tarso, Dilma participou da convenção nacional do nanico PRB, deixando também o candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Aloizio Mercadante, órfão da presidenciável em seu palanque. Segundo os paulistas, a ex-ministra vai tentar curar qualquer mágoa dedicando seu primeiro dia oficial de campanha ao estado.
Novo visual
Além de querer pegar carona na popularidade do presidente Lula, os candidatos batalham pela presença de Dilma nos eventos para produzir material de campanha. As recentes mudanças de cabelo e no rosto da presidenciável prejudicaram o acervo de fotos dos aliados. Sem a presença física de Dilma nos eventos e contando somente com imagens em que a ex-ministra aparece com o cabelo mais escuro, maior, de óculos e sem retoques nos dentes, os correligionários estão sonhando com o dia que a coordenação de campanha da presidenciável faça ;o dia da foto; para produzir seus santinhos. ;Estamos esperando o material que será feito nacionalmente. Não só nós, como os demais partidos. Tanto na convenção nacional como na reunião, aproveitamos para fazer fotos;, afirma o deputado estadual Raul Pont.
O dirigente petista informa que a equipe que cuida da campanha de Tarso e dos outros candidatos da chapa no Rio Grande do Sul estão esperando o material de campanha de Dilma para usar fotos da ex-ministra também no estado. O deputado Vincentinho (PT-SP) lamentou a ausência de Dilma na convenção de São Paulo, mas conta que aproveitou o evento das centrais sindicais para fazer foto com a candidata. ;Fiz foto com a Dilma no 1; de maio;, comemora. Mas as fotos de Vincentinho não poderão ser usadas, pois à época a presidenciável ainda tinha o corte de cabelo antigo.
Ao prestigiar a convenção de Sergipe, um dos menores colégios eleitorais do país, Dilma acirrou o ciúme dos aliados. Ela prestigiou a candidatura à reeleição do governador Marcelo Déda e também tinha planos de passar no lançamento oficial de Agnelo Queiroz ao governo do Distrito Federal, mas desistiu. Segundo a aliados, a coordenação de campanha ponderou que a presença da ministra poderia aguçar os ciúmes dos paulistas e gaúchos, trocados pelo PRB.
Os peemedebistas também reclamam pela atenção de Dilma. A presidenciável prestigiou a formalização da candidatura de Hélio Costa (PMDB) ao governo de Minas Gerais e do baiano Geddel Vieira Lima (PMDB), mas não deu o ar da graça no Rio de Janeiro, no evento do governador Sérgio Cabral (PMDB). ;Ela foi na do Geddel, porque lá tem briga;, ponderou o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ). A presença do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, segundo Picciani, demonstrou a proximidade do governo federal com Cabral.