Politica

Dilma, Serra e Marina deixaram a boa vizinhança de lado e colecionam críticas aos rivais

postado em 10/07/2010 07:00
Os principais candidatos na disputa pelo Palácio do Planalto iniciaram a corrida eleitoral com a língua afiada e troca de acusações. Brigar por paternidade de projeto social, definir a aliança partidária do rival como vexatória, acusar o adversário de não ter personalidade e de fazer propostas eleitoreiras e oportunistas: Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) apostaram no contato com o eleitor e na verborragia na primeira semana oficial da campanha.

Dilma ficou mais na defensiva, recebendo alfinetadas e tendo de responder a todos os lados, inclusive a Marina, que se despiu das vestes pacifistas e entrou no clima beligerante. Ela disse que a petista passa por situações vexatórias com uma aliança feita por interesse e não por ideais políticos. ;Quando as alianças não são feitas com base em conteúdo, a gente às vezes passa por situações vexatórias como essas;, afirmou Marina em Minas Gerais. O mote foi a confusão de assessores petistas em apresentar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um programa errado sem ter sido debatido com os partidos coligados.

As campanhas de Serra e Marina deitaram e rolaram na inabilidade petista no episódio. O tucano buscou capitalizar também o conteúdo da proposta original, que previa o controle social da mídia, a taxação de grandes fortunas e a revogação do dispositivo que impede que propriedades rurais invadidas sejam ofertadas para reforma agrária.

Rótulo
O candidato do PSDB estabeleceu duas metas para este início oficial de campanha: colocar em Dilma o rótulo de defensora de radicalismos do PT e instigar sua adversária ao debate. Para minimizar a transferência de votos do presidente para a candidata, ele pretende fustigar o temor no eleitor que aceita o lulismo, mas é arredio ao petismo. Desde a eleição de 2006, viu-se um fenômeno de distanciamento entre o que representa Lula e as bandeiras do PT. No pleito deste ano, Serra tenta reforçar que o partido voltará a ser protagonista num eventual governo de Dilma.

A ex-ministra, que ontem concedeu entrevista à Rádio Tupi (RJ), dos Diários Associados, viu-se obrigada a responder aos ataques. Disse ser contrária ao controle social da mídia e voltou a defender o Bolsa Família, dizendo que o programa foi forjado por Lula e não é mera unificação de bandeiras do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), como alega Serra. ;Vou ressaltar o compromisso com a questão social, que foi e será sempre o que nos distingue. Não há apenas diferenças de cores, mas duas visões de mundo. A questão social não pode ser vista como artefato eleitoral, a ser esquecido e abandonado na primeira oportunidade;, respondeu Dilma.

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