postado em 11/07/2010 10:07
O poder de mobilização da internet em eleições teve seu maior teste durante a corrida pela Casa Branca nos Estados Unidos em 2008, quando Barack Obama se elegeu para a Presidência. E os coordenadores de campanhas presidenciais aqui no Brasil esperam repetir o modelo para colher votos, apesar de fatores como a restrição do acesso e as lacunas na educação, que limitam o uso da ferramenta no país. Ainda assim, de olho nos internautas em potencial que precisam de um empurrãozinho para usar melhor a rede mundial de computadores, o PT escalou o guru virtual da campanha de Dilma Rousseff, Marcelo Branco, para rodar o país orientando militantes e simpatizantes da candidatura petista sobre o uso avançado da internet.Até agora, Branco percorreu 20 estados. Nos seminários que apresenta nas capitais, fala para uma média de 320 pessoas por reunião. Até agora, cerca de 7 mil militantes virtuais foram ;formados;. Petistas, aliados e curiosos lotam as ;aulas; de Branco. Ferramentas como o Twitter, o Facebook e os blogs são as estrelas das palestras. O especialista em internet conta que, durante o seminário do Espírito Santo, uma senhora que atua em Vitória como militante do movimento pró-moradia do estado pediu ajuda para criar um blog e, em Campo Grande (MS), outra idosa saiu da palestra tuitando. ;Costumo dizer que nós trabalhamos com dois públicos: os menores de 24 anos e os aposentados.;
A iniciativa das caravanas digitais do PT tem o objetivo de formar um exército pró-Dilma na internet paralelo à produção dos sites oficiais. Apesar de o conteúdo das palestras de Branco contemplar a discussão sobre as regras do uso da internet nas eleições, a ideia é espalhar em blogs, tweets e vídeos grande parte do que não pode ser enquadrado como produção da equipe formal de campanha. ;Os meios de comunicação de massa têm regras mais rígidas porque são concessões públicas. A rede é um espaço de expressão individual, as regras não podem ser tão rígidas.;
Times
O PT pretende formar times estaduais de militantes digitais, como arqueiros para dar a pronta resposta aos ataques e provocações da oposição, ainda no campo da rede. ;É para mostrar realizações, fazer comparações e apresentar propostas de continuidade. Vamos construir com os apoiadores argumentos e contra-argumentos.; Nos seminários, Branco convoca os internautas simpatizantes à campanha a irem às ruas e acompanhar as agendas de Dilma, para ;cobrir; o evento, jogando na rede interpretações diferentes das que podem sair nos jornais, nas rádios e nas televisões. ;Chamamos para que eles cubram os eventos. Os militantes internautas serão o terceiro elemento da campanha, além dos coordenadores e dos meios de comunicação.;
O comitê digital de Dilma prevê um site só para a militância virtual, com vídeos, textos e podcasts amadores. A criação de dois espaços virtuais de campanha é o mote do trabalho de Branco. A estratégia gerou problemas para o especialista, durante a pré-campanha, depois de divulgação de um material em que Dilma aparece em vídeo não finalizado cometendo gafes, mas o especialista se acertou com a coordenação de campanha.