Politica

Américo de Souza ignora decisão do PSL de não ter candidato à Presidência

Para preservar alianças, ele fez o registro no TSE sem consultar a sigla

postado em 12/07/2010 08:31
Uma mensagem distribuída ontem por e-mail cairá como uma bomba no colo do Partido Social Liberal (PSL). Por conta própria e sem consultar a sigla, o ex-senador Américo de Souza registrou, no sábado, último dia de prazo, sua candidatura à Presidência da República. No início da semana passada, o partido desistiu da corrida ao Planalto depois que a Justiça Eleitoral divulgou novo entendimento sobre propagandas de TV.

Pelas regras, candidatos a presidente ficam proibidos de aparecer no material de campanha de correligionários que, nos estados, tenham se aliado a partidos com concorrentes ao Planalto. A decisão provocou um nó tão grande nas coligações que o TSE prorrogou para agosto um entendimento definitivo. Mesmo assim, o PSL pretende manter a decisão de não ter candidato a presidente para preservar as alianças estaduais.

Secretário-geral do diretório nacional do partido, Roberto Siqueira afirmou não ter sido informado da candidatura de Souza. ;Ele sabe da nossa decisão de não disputar a Presidência. Aqui em São Paulo, por exemplo, apoiamos o PSB, que apoia a Dilma Rousseff. Portanto, tendo candidato próprio, o PSL não poderia se coligar com eles;, explica.

Segundo Siqueira, o diretório terá que avaliar o caso. Souza enfatiza não existir animosidade entre ele e o partido. ;Não temos nada a perder. Pelo contrário. Já tivemos 1% nas pesquisas. Depois que passarmos a Marina Silva, chegar ao segundo turno será um passo;, prevê. O TSE tem até 19 de agosto para validar as candidaturas.

Já tivemos 1% nas pesquisas. Depois que passarmos a Marina Silva, chegar ao segundo turno será um passo;
Américo de Souza, que tenta ser candidato à Presidência pelo PSL



PT e PSDB por Borá

Josie Jeronimo

Os petistas de São Paulo têm se empenhado para tomar o município de Borá da influência tucana. O número de votos não empolga, pois os 837 habitantes da menor cidade do país representam 0,003% do eleitorado brasileiro e pouco influenciariam a disputa presidencial ou pelo governo do estado. Mas a herança tucana ainda soa forte nos boraenses e o governo municipal do PT tenta mudar isso. A expectativa na cidade é a inauguração de 100 casas populares que podem atrair habitantes e aumentar em pelo menos 30% a população de Borá. Os imóveis não são do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, mas de projeto do estado, governado anteriormente pelo presidenciável do PSDB, José Serra. Para o prefeito da cidade, Luiz do Açougue, não haverá nenhuma saia justa se algum tucano aparecer para inaugurar as casas. Luiz conhece bem os dois lados, deixou o PSDB para fundar o PT do menor município do país. Atualmente, o PT tem 28 filiados e o PSDB, 52 em Borá. O programa Bolsa Família chega a aproximadamente 30 pessoas.

Deputados federais do PT de São Paulo, como João Paulo Cunha e Devanir Ribeiro, já incluíram Borá no roteiro das visitas pelo interior e fizeram a felicidade dos petistas locais. João Paulo foi recebido como celebridade e conseguiu atrair uma multidão, para os padrões boraenses, de 60 pessoas na praça, em frente à prefeitura. O discurso do parlamentar do PT foi um grande bate-papo, conta o diretor da Câmara Municipal de Borá, Robinson Donley.

Enquanto o ex-prefeito da cidade Nelson Celestino Teixeira (PSDB) pensa no espaço que terá que encontrar em casa para fazer o comitê presidencial de Serra e do candidato ao governo Geraldo Alckmin, os petistas sonham com uma visita de Aloizio Mercadante, candidato ao governo pelo PT, à cidade. Desde 1997 Borá não recebe nenhum representante do executivo estadual. O último foi Mário Covas, lembram tucanos e petistas boraenses. Paulo Maluf também apareceu por lá no início da década de 1980, mas quase levou uma surra de um servidor público. O episódio entrou para a história da cidade.

Caseiro
A candidata do PT Dilma Rousseff ainda não é figura fácil entre os boraenses, mas Cecília Macedo, principal militante do PT de Borá, garante que ela também terá comitê caseiro. Ela conta que só entrou para o PT porque durante o processo de formação do comitê provisório faltava uma pessoa para completar o número mínimo e ela aceitou o pedido de um amigo para ajudar. Da filiação ;forçada; à militância, Cecília agora se diz cabo eleitoral de Dilma e conta que está convocando ;a mulherada; para votar na candidata do PT.

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