Politica

Impugnações a mil por hora no país

Políticos como Fernando Collor e Roseana Sarney têm candidaturas ameaçadas e precisam do aval da Justiça para disputar as eleições

postado em 15/07/2010 07:00
Se depender dos procuradores eleitorais, a lista de candidatos que disputam cargos majoritários este ano pode mudar radicalmente. Com base na Lei da Ficha Limpa e também devido à falta de documentação na hora do registro, em pelo menos cinco estados do país a Justiça mobilizou uma reforma no cenário eleitoral, impugnando a candidatura dos principais nomes da disputa ou de todos os concorrentes, como aconteceu com o quadro de postulantes ao governo de Alagoas.

Nesse estado, tiveram o registro impugnado os seguintes candidatos que pretendem disputar o governo local: o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), o senador Fernando Collor de Mello (PTB), o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), Tony Clóvis (PCB), Mario Agra (PSol) e Jeferson Piones (PRTB).

Os candidatos ao Senado também não ficaram de fora. Oito dos 10 concorrentes tiveram o registro negado, na primeira análise, entre eles a ex-senadora Heloísa Helena (PSol), o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, e o deputado federal Benedito Lira (PP). ;É uma maluquice, se faltar uma certidão, em vez de o procurador mandar fazer diligência, impugna todo mundo. Estão fazendo isso só para ter manchete nacional;, reclama Lira. De acordo com o deputado, os candidatos aguardam a notificação oficial dos tribunais para cuidar da documentação ou da defesa.

No Maranhão, se a decisão da Justiça Eleitoral nas impugnações for mantida, o caminho do deputado federal Flávio Dino (PCdoB) para chegar ao Palácio dos Leões ficará mais fácil, pois restaram intactos apenas o seu registro e o do candidato do PSTU, Marcos Silva. Nomes como o da governadora Roseana Sarney (PMDB) e o de Jackson Lago (PDT) terão que se defender da impugnação.

Levando em conta os registros de candidatura aceitos em Goiás até agora, as duas cadeiras para o Senado já têm dono. Nem seria preciso contar votos para eleger Rubens Donizzeti (PSTU) e Elias Vaz (PSol) para a Casa Alta, pois todos os outros concorrentes tiveram as candidaturas impugnadas. Nem mesmo o senador Demostenes

Torres (DEM) e a senadora Lúcia Vânia (PSDB) escaparam do crivo da Justiça Eleitoral do estado.

Os pedidos de impugnação podem ser feitos pelo Ministério Público, candidatos, partidos ou coligações. Após a publicação do edital com os pedidos de impugnação, os candidatos têm até sete dias úteis para entregar a documentação que faltar ao relator responsável pelo registro. Em caso de candidatura barrada por condenação, o relator terá até 5 de agosto para determinar a impugnação definitiva da candidatura. Até ontem, os Tribunais Regionais Eleitorais haviam recebido mais de 2,6 mil pedidos de impugnação.

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