postado em 16/07/2010 08:31
São Paulo ; A senadora licenciada e candidata à Presidência da República Marina Silva (PV) reconheceu, ontem, em sabatina para uma rede de TV, que sente um ;estranhamento; das pessoas em relação a sua religião. Marina é evangélica e ao longo de todo o programa teve de enfrentar questões sobre temas polêmicos, como a descriminalização das drogas, aborto e o casamento gay.;Sinto um certo estranhamento das pessoas. Seria hipócrita se dissesse que não tenho sentido isso nesse processo. Eu, que sempre combati o preconceito contra as pessoas;, disse, respondendo a uma pessoa da plateia que perguntou se a senadora enfrentava problemas em sua campanha por ser evangélica. A senadora lembrou ainda que o Brasil é um estado laico e afirmou que, em sua avaliação, um presidente precisa respeitar essa característica. Segundo dados do Instituto Datafolha, os evangélicos são detentores de um quarto do eleitorado brasileiro, contra 61% dos católicos.
Marina voltou a afirmar que é contra o casamento gay, mas a favor da união estável entre pessoas do mesmo sexo. Quanto à adoção por casais homossexuais, Marina afirmou que é favorável ao que os técnicos decidirem, sempre em prol da criança. ;Eu não faço aquele jogo de ir às igrejas e dizer uma coisa e ir às comunidades gays e dizer outra;, defendeu. A senadora também reiterou sua posição contrária em relação a aborto e à descriminalização das drogas.
A prática religiosa com o uso de alucinógenos, como o Santo Daime, muito comum na Região Amazônica, em estados como o Acre, onde nasceu a senadora, também foi tema da sabatina. ;É uma prática religiosa. Tirada do contexto, pode criar problemas;, avaliou Marina.
Agronegócio
Outra questão colocada em xeque foi o fato de a senadora, forte representante dos ambientalistas, caso eleita, vir a enfrentar a resistência da bancada ruralista no Congresso, uma fatia grande de parlamentares, o que poderia refletir na governabilidade. ;Acho que a gente não pode generalizar os agricultores brasileiros como se fossem uma única coisa. Eu quero tratá-los com respeito e chamá-los para o diálogo.; Segundo a candidata, a educação será uma prioridade em seu governo, caso vença a corrida às urnas nas próximas eleições.