Politica

Dilma defende reforma tributária ampla e diz que Brasil precisa erradicar a pobreza extrema

postado em 21/07/2010 20:03

Em entrevista ao Programa 3 a 1, da TV Brasil, nesta quarta-feira (21/7), a candidata à Presidência da República do PT, Dilma Rousseff, disse que é a favor a redução da carga de impostos, se posicionou contra o aborto, da censura e a favor do casamento homossexual. Confira partes da entrevista que vai ao ar hoje às 22 horas na TV Brasil.

Carga tributária


Dilma defendeu uma reforma tributária ampla que procure alargar a base de arrecadação e desonerar os impostos da micro e pequenas empresas, da folha de salários e dos produtos essenciais como remédios. ;Temos uma estrutura tributária caótica;, disse Dilma na entrevista.

Dilma disse ainda que não há como fazer uma reforma tributária da noite para o dia, ou por decreto. ;Se fizermos isso, quebram os estados, quebram os municípios. É preciso fazer uma reforma na qual os estados e os municípios não percam sua capacidade de prestar serviços;, disse.

Ainda sobre o tema, a candidata do PT afirmou que o Brasil está entre os países com carga tributária média. Para Dilma, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), medida adotada pelo governo para incentivar o consumo, provocou sérios problemas às economias dos municípios e estados. A candidata disse que foi preciso aumentar as linhas de financiamento para esses entes federativos.

Para reduzir a carga de impostos, a candidata propõe desonerar investimentos para não penalizar as empresas que geram mais postos de trabalho. ;É buscar a melhoria da relação de serviços prestados e impostos cobrados;, disse a presidenciável.

Prioridade


Na entrevista, Dilma diz que a maior mudança que o Brasil precisa é erradicar a pobreza extrema. Segundo ela, acabar com miséria é a condição primordial para a economia do país crescer. A candidata disse que as ações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva de combate à pobreza permitiram que o país saísse bem da crise econômica que atingiu o mundo no ano passado. ;Criamos um mercado poderoso para 190 milhões de consumidores. Criar esse mercado foi a condição para podermos enfrentar essa crise. Nosso governo não é para um terço, três quartos da população, é para todos os brasileiros;, disse.

Aborto


A presidenciável considera o aborto um problema de saúde pública. ;Nenhuma mulher quer fazer aborto. Elas estão fazendo por uma medida que as pessoas não gostariam, porque é uma violência ao corpo da mulher;, afirmou a candidata. Dilma Rousseff lembrou que mulheres das classes mais baixas recorrem, muitas vezes, a métodos perigosos.

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou hoje (21) ser favorável à união civil de pessoas do mesmo sexo. Para ela, o Brasil ;marcha nesse sentido porque o Judiciário vem reconhecendo isso;.

Casamento homossexual


A candidata do PT à Presidência da República afirmou ser favorável à união civil de pessoas do mesmo sexo. Para ela, o Brasil ;marcha nesse sentido porque o Judiciário vem reconhecendo isso;.

Na entrevista à TV Brasil, a presidenciável declarou também que uma de suas propostas de governo é instituir políticas de prevenção para a saúde da mulher e de proteção dos direitos das crianças e adolescentes. ;Um país se mede e se classifica pela capacidade de proteger suas crianças e jovens;, disse.

Combate às drogas


Perguntada pelo repórter especial da Folha de S.Paulo, Valdo Cruz, se é favorável à descriminalização da maconha, Dilma disse também que o país não tem condições de discutir atualmente propostas para descriminalização das drogas. Segundo ela, o cenário atual no Brasil mostra que o consumo de uma droga não está desvinculado do consumo de outras drogas. ;O Brasil não tem condições hoje de propor a descriminalização de qualquer droga;, afirmou.

Entre as soluções para o combate às drogas, a candidata defende que o Estado arque com tratamento de usuários de crack e realize campanhas de prevenção.

Contra a censura


Dilma Rousseff se posicionou rigorosamente contra o controle do conteúdo a ser veiculado na imprensa brasileira. ;É inadmissível a censura à imprensa. Sou rigorosamente contrária a isso;, disse. A candidata considerou imprecisas as acusações de que o governo Lula tentou fazer um ;controle social; da mídia. ;Isso é impreciso. Não existe controle social no conteúdo. O que há hoje no Brasil é o controle do que é público. Há uma legislação sobre cabo, sobre telefonia, há decreto sobre TV digital baseado em uma lei. O que se discute ainda é se a telefonia participa ou não de radiodifusão;, disse Dilma.

A candidata do PT disse ainda que ela considera censura a prática de algumas pessoas ligarem para diretores de jornais e pedirem para punir jornalistas. ;Alguém usar de sua posição para telefonar para diretor de jornal e pedir para punir jornalista é censura;, respondeu Dilma, ao repórter especial da Folha de S.Paulo, Valdo Cruz. No entanto, ela não quis dizer a quem ela estava se referindo.

*Informações da Agência Brasil

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