Ivan Iunes
postado em 22/07/2010 07:30
A candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) criticou ontem as associações feitas pela campanha de José Serra (PSDB) entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o PT. A petista falou durante entrevista de quase uma hora para o programa Três a um, da TV Brasil, e comentou polêmicas referentes ao futuro plano de governo, reformas tributária e política, além das acusações recentes dos tucanos, de que os petistas teriam ligações com instituições financiadoras do narcotráfico.Dilma tentou evitar a declaração polêmica, mas teve de responder à pergunta de um dos entrevistadores. Ela preferiu apenas lamentar as falas recentes de Serra e do candidato a vice na chapa tucana, Índio da Costa (DEM-RJ). ;Não esperava dos meus adversários que, ao primeiro temor de perder a eleição, o nível da campanha fosse sendo reduzido com acusações sem provas. Não esperava, pela trajetória política do meu adversário, que ele chegasse a esse ponto;, criticou. Durante a entrevista, a candidata ficou irritada apenas quando questionada sobre uma suposta tentativa de controle social da mídia, sugerida em um dos programas de governo apresentados pelos petistas.
O texto final deve ficar pronto em agosto, mas a versão prévia indicava a criação de imposto sobre grandes fortunas, o controle social da mídia e a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. Dilma defendeu maior regulamentação da mídia, mas não controle social que signifique censura. ;Sou contra a censura, totalmente. Você tem de preservar o jornalista, o direito de opinião, de críticas;, sublinhou. A candidata ainda defendeu a redução da jornada de trabalho em casos específicos e afastou a hipótese de sobretaxar grandes fortunas porque a medida teria se mostrado ;inócua; em outros países.
SERVIDORA DO ABC TERIA QUEBRADO SIGILO
Antonia Aparecida Silva, analista tributária da Receita Federal no ABC paulista, seria a pessoa investigada por quebrar o sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge. A informação foi sustentada pelo Sindicato Nacional da Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil, a quem a servidora, exonerada em 8 de julho, teria pedido ajuda jurídica. Ela alega que não se lembra de ter feito o acesso porque, em sua função, era corriqueiro acessar dados de contribuintes. Informações do imposto de Jorge foram incluídas em dossiê montado por um grupo de inteligência ligado à pré-campanha de Dilma. A assessoria da Receita em Brasília não confirmou que a mulher apontada seria a investigada.