postado em 24/07/2010 12:09
São Paulo - A candidata do Partido Verde (PV) à Presidência da República, Marina Silva, voltou a criticar na noite de hoje (23) as mudanças no Código Florestal, cujo relator é o deputado federal Aldo Rebelo (PCB-SP). Segundo Marina, as mudanças ;são um retrocesso;.;Aldo é homem de esquerda, que sempre militou nesse campo em que estou. E de repente ele faz coro com o que há de mais atrasado do ruralismo;, disse. Segundo Marina, o Brasil precisa apostar no aumento da produtividade, mas aproveitando a tecnologia brasileira. ;Se a gente pegar as tecnologias da Embrapa, a gente dobra a nossa produção na pecuária e ainda libera cerca de 100 milhões de hectares para outros cultivares;, afirmou.
Ao falar do seu passado humilde, Marina se colocou hoje como uma alternativa ao que chama de plebiscito a disputa entre os candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). A candidata do PV disse que já promoveu algumas reviravoltas na campanha, fazendo com que alguns temas considerados secundários passassem a fazer parte da pauta.;Quem pautou a questão da educação como prioridade estratégica fui eu. Sem falar na questão ambiental;, afirmou.
Para Marina, os demais candidatos tentam colocar o eleitor no anonimato, estabelecendo as candidaturas de oposição e de situação, mas sem definir um diálogo com o eleitor. ;Eu entrei [na campanha] e já temos três candidatos competitivos. Eu vou falar com o povo brasileiro, de forma respeitosa, honesta, fazendo críticas duras quando tiverem que ser feita;, disse.
Marina comentou também sobre a dificuldade de liderar a disputa presidencial em seu estado natal, o Acre. "No Acre, é bem difícil. Nem o Lula conseguiu ganhar no Acre. Inclusive é algo que doeu na gente. A gente se matava e o Lula não conseguiu ganhar. Mas eu confio muito nos acreanos. Tenho muita gratidão por esses que votam em mim e que sabem exatamente o que penso".
No final da entrevista, Marina também comentou sobre a reforma agrária e disse que o Brasil tem uma "dívida histórica" nessa área. "Essa é uma chaga social que nós temos que reparar", afirmou. "Quem viveu essa experiência sabe que a reforma agrária é uma necessidade histórica e sabe que tanto os sem-terras quanto os ruralistas têm que respeitar a Constituição e que se faça a mediação dos interesses e que se viabilize o acesso à terra, com crédito, com assistência técnica e que se possa criar mercado".
A candidata do PV foi entrevistada pelo programa 3 a 1 da TV Brasil. Participaram da entrevista os jornalistas Tereza Cruvinel, presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Maria Cristina Fernandes, editora de Política do jornal Valor Econômico, e Luiz Carlos Azedo, colunista do jornal Correio Braziliense.