Estado de Minas
postado em 26/07/2010 13:01
Brasília ; Padrinho e principal cabo eleitoral de Dilma Rousseff (PT), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o personagem principal do primeiro programa de TV da ex-ministra. A propaganda eleitoral no rádio e na TV começa oficialmente em 17 de agosto. Num papel até agora pouco comum para ele ; o de apresentador de TV ;, Lula pretende mostrar Dilma ao eleitorado não só como a responsável pelas grandes obras de seu governo, previstas nos PACs 1 e 2 (Plano de Aceleração de Crescimento), mas também como a garantia de que nenhum programa social, como o Bolsa-Família e o Minha casa, minha vida, será mudado caso ela seja eleita. E, se houver mudança, será para incluir mais gente nos programas.O jornalista e marqueteiro João Santana, responsável pelos programas da candidata petista, tem feito de tudo para manter segredo sobre o conteúdo da propaganda eleitoral. O veto ao acesso aos locais onde os pilotos dos programas têm sido gravados inclui até mesmo a assessoria do comando da campanha. A ideia, segundo os coordenadores da campanha de Dilma, é fazer um programa leve, com muita informação a respeito do governo de Lula e do que a candidata poderá fazer a mais do que o seu padrinho fez nos quase oito anos de governo.
Sempre que Dilma aparecer, haverá ao lado uma bola com o Cruzeiro do Sul, num azul que, aos poucos, vai mudando de cor, até se tornar branco e, em seguida, verde-amarelo. Como o programa é longo, com mais de 10 minutos, João Santana está armazenando o máximo possível de cenas externas, que serão enxertadas entre uma fala e outra de Dilma Rousseff.
Tucanos
Com três minutos a menos de TV que a campanha de Dilma, a equipe de comunicação de José Serra (PSDB) já começou a discutir os programas e a estruturar os estúdios onde será gravado o horário eleitoral gratuito. Um imóvel na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo, com três estúdios, foi alugado. Lá funcionam os Estúdios Quanta, que se intitulam o ;maior complexo brasileiro de locações para o setor audiovisual;. A comunicação está dividida em 14 áreas principais: da criação de impressos à coordenação, tocada pelos jornalistas Luiz Gonzalez e Woile Guimarães.
A prioridade será destacar a biografia de Serra. Os filmes devem apresentar o candidatoo, destacar sua biografia, explorar temas sociais como a criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e dos genéricos. Parte das imagens externas do candidato em campanha já foi colhida por equipes em 10 estados.
A estimativa dos tucanos é de que os gastos gerais com comunicação consumam metade do custo declarado da campanha ; o PSDB informou ao Tribunal Superior Eleitoral que gastará R$ 180 milhões na corrida presidencial.
O jingle da campanha será criado e produzido por PC Bernardes, que trabalhou nas campanhas passadas de Serra. Para definir a estratégia e calibrar o discurso do candidato, o núcleo de pesquisas tem uma equipe de cerca de 15 pessoas, coordenadas por Antonio Prado Júnior, o Paeco, especialista no assunto e figura conhecida nas campanhas tucanas.
O grupo contrata pesquisas quantitativas (por telefone e face a face) e qualitativas, com estímulo usando o perception analyzer, espécie de joystick que o eleitor move de acordo com sua opinião sobre um tema. Compondo a equipe de comunicação há também seis fotógrafos e 30 profissionais que atendem a imprensa, acompanham o candidato em viagens e divulgam informações da campanha.