postado em 29/07/2010 07:00
; Leonardo Augusto; Alice Maciel
; Juliana Cipriani
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou ontem que Minas é o estado que mais se empenha na sua campanha. Ele esteve em Belo Horizonte, Patos de Minas e Ituiutaba. Em rápida passagem pela capital, concedeu entrevista à Rede Bandeirantes e acusou o governo federal de lotear cargos na área de infraestrutura de estradas. Da capital, seguiu para Patos de Minas, um dos principais polos agrícolas do estado, ao lado do governador Antonio Anastasia (PSDB), que disputa a reeleição, e do ex-governador Aécio Neves (PSDB), candidato ao Senado.
O presidenciável rebateu as críticas de que seu material de campanha está sendo excluído nos estados. ;Quero dizer que nossa campanha em Minas tem tido um empenho como em nenhum outro lugar;, disse, em referência a Aécio e Anastasia. A preocupação de Serra em dissipar dúvidas sobre o envolvimento de correligionários na campanha tinha sentido em Patos. Nas paredes do auditório escolhido para os discursos, a maioria do material de campanha apresentava fotos de Anastasia, Aécio e Itamar. Em apenas um Serra estava ao lado dos três, embora houvesse muitos cartazes do presidenciável sozinho.
De Patos, Serra foi para Ituiutaba, onde criticou a falta de investimentos em infraestrutura e falou que o setor agrícola contribui para a estabilização econômica. ;É o setor que segura a inflação e que está aguentando o setor externo da economia brasileira;, afirmou.
Piso para os militares
Durante as gravações de vídeos para o programa eleitoral, José Serra afirmou que considera correto o estabelecimento em lei de um piso nacional dos salários dos policiais militares. Ele evitou, no entanto, se comprometer. ;Isso vai depender se tem dinheiro.; O tucano voltou a defender investimentos para o tratamento de dependentes químicos e a prevenção do uso de drogas. Reafirmou ser contra a descriminalização da maconha e prometeu ampliar o alcance do ensino técnico no país.
Estradas da morte
Em outro momento de crítica ao governo federal, Serra prometeu acabar com as ;estradas da morte;. Ele criticou o governo pela ;falta; de investimentos em infraestrutura e mirou no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). ;Só serve para atrapalhar;, atacou. O candidato afirmou que, apesar da alta arrecadação com a Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico (Cide), conhecida como imposto dos combustíveis, o país está ;cheio de estradas da morte;. Se eleito, afirmou que vai iniciar obras em rodovias como a BR 381 ; que liga Belo Horizonte a Governador Valadares ; de imediato. ;Vamos consertar isso. Não estou fazendo promessa, estou anunciando;, disse, ao ser questionado sobre a 381. De acordo com ele, o governo precisa escolher as estradas prioritárias e tocar imediatamente. Serra atribuiu a falta de operacionalização do sistema à ausência de planejamento técnico. ;O problema é que o Dnit está loteado entre políticos. Isso comigo vai acabar;, afirmou.
De acordo com Serra, nos últimos oito anos o governo federal arrecadou R$ 65 bilhões com a Cide, mas só um terço foi investido nas rodovias. Conforme o candidato, oito em cada 10 estradas não têm condições de operar. O tucano defendeu as concessões para melhorar as condições dos trechos e disse que em São Paulo, no seu governo, o método foi aprovado por 75% dos usuários e foram evitadas 11 milhões de mortes.