postado em 30/07/2010 07:00
Em busca de fazer valer a regra que proíbe a candidatura de políticos condenados por órgão colegiado, que renunciaram aos mandatos ou que foram cassados, as entidades que se engajaram pela aprovação da lei lançaram ontem, em Brasília, o site da Ficha Limpa, que pode ser acessado pelos endereços www.fichalimpa.org.br ou www.fichalimpaja.org.br. A iniciativa tem como objetivo mostrar aos eleitores quem são os candidatos que, em tese, não têm a ficha suja.
Até a noite de ontem, nenhum candidato estava cadastrado. De acordo com o secretário executivo da Articulação Brasileira Contra a Corrupção e a Impunidade (Abracci), Caio Magri, mais de 10 já tinham feito a inscrição para constar entre os fichas limpas, mas ninguém, até então, havia apresentado toda a documentação necessária. As exigências poderão dificultar que os políticos apareçam na lista.
Entre os documentos obrigatórios estão o comprovante do registro de candidatura, a declaração de que não possui condenações, a certidão que comprova que o político nunca renunciou a mandato e a declaração semanal das doações e gastos da campanha. Segundo Magri, as despesas de campanha deverão ser informadas em um site pessoal, cujo link deverá ser cadastrado. Caso a informação não seja atualizada a cada semana, o nome do político será retirado do site da Ficha Limpa.
;A transparência no processo eleitoral no Brasil exige uma clareza com relação a quem está doando e quais são os gastos. A história tem mostrado que a corrupção está fortemente ligada ao financiamento de campanhas. Queremos, dessa forma, ajudar o cidadão a escolher o candidato que dá transparência às suas contas;, observou Caio Magri. ;A gente espera que os que de fato entrem no site sejam os que estejam ;bem na fita`;, completou.
Ele destacou que toda a documentação apresentada pelos candidatos será analisada por um grupo de estudantes da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), que serão supervisionados por um jurista. Só depois de verificadas as informações, o cadastro será efetivado. Há também no site um espaço para denúncias contra candidatos cadastrados, que também serão previamente analisadas.
Juiz Marlon Reis, membro do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE)