postado em 04/08/2010 08:16
A campanha do PT à Presidência mobiliza ministros em prol de sua candidata Dilma Rousseff, numa estratégia para aumentar o batalhão de cabos eleitorais com assento e informações privilegiadas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um almoço com 38 senadores aliados arregimentou 18 titulares do primeiro escalão da administração federal para afinar discurso e pedir empenho para eleger a petista em outubro.As tarefas estabelecidas são: fornecer dados para Dilma usar no confronto com José Serra (PSDB), seu principal adversário na corrida pelo Palácio do Planalto. Além disso, integram o menu a mobilização de militantes dos partidos governistas, a interação com setores específicos da sociedade, a descoberta de demandas de prefeitos para abastecer promessas eleitorais e os pedidos de voto e de corpo a corpo entre potenciais eleitores.
O almoço foi organizado pelo senador Gim Argello (PTB-DF) em sua residência no Lago Sul. No primeiro momento, teria a presença de Dilma, que preferiu mergulhar em reuniões para se preparar para o primeiro debate presidencial, marcado para amanhã. Para ser representada, ela enviou seu vice, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). O peemedebista fez discurso inflando os comensais a participarem da campanha, a dividirem informações e até a pensarem no próximo governo.
;Estamos todos em boa companhia, partilhando o pão. Estamos partilhando aqui o pão na casa do Gim Argello. A partir da partilha do pão, que ora fazemos, queremos partilhar o próximo governo da Dilma;, afirmou Temer, que usou um microfone para discursar. Suas palavras foram ouvidas do lado de fora pelos jornalistas que aguardavam o fim do encontro. ;Essa breve conversa é uma coisa muito útil e saudável. É uma troca de informações entre o governo que está e o governo que chegará;, emendou.
A candidata petista minimizou o discurso de seu companheiro de chapa. ;O meu vice estava num momento bíblico;, disse. Temer instou os participantes do convescote a se engajarem na corrida eleitoral nos estados. ;A campanha nos estados está entregue a vocês. A vocês está entregue a campanha da Dilma;, repetiu Temer. Dos 38 senadores que participaram do almoço, 16, segundo informação de Gim Argello, concorrem à reeleição. Sempre afeitos a maior exposição, eles usaram sem constrangimento o carro oficial da Casa. Exemplo era o líder do governo, Romero Jucá (PMDB), e o líder do PMDB, Renan Calheiros. A opção dos senadores acabou com o cuidado dos organizadores do encontro, que pediram aos ministros que evitassem os automóveis das pastas.
Maioria
Alguns titulares dos ministérios exageraram na tentativa de tratar o almoço como rotineiro. O chefe do Turismo, Luiz Baretto, disse que recebeu diversas demandas de senadores e acertou com o colega de transportes a construção de uma estrada próxima de Foz do Iguaçu (PR). Mas disse que ajudará a campanha em São Paulo.
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, resumiu a motivação dos colegas dizendo que o trabalho será limitado a fins de semana e a horários fora do expediente. ;Defender a Dilma e os aliados é defender o governo. É preciso elegê-la e garantir maioria no Congresso.;