postado em 04/08/2010 19:48
A vice-procuradora-geral Eleitoral, Sandra Cureau, afirmou que o comportamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o período eleitoral influenciou a propaganda eleitoral antecipada. Em entrevista ao programa 3 a 1 , da TV Brasil, que vai ao ar hoje (4) às 22h, ela disse que as propagandas extemporâneas são a ;grande dor de cabeça; do Ministério Público Eleitoral (MPE).Segundo Sandra, os problemas entre Lula e o MPE começaram em dezembro do ano passado, quando surgiram representações contra o presidente. ;Se ele [Lula] está, por exemplo, numa inauguração e alguém grita o nome do candidato, que na época era notória pré-candidata, ele respondia ;isso aí;, ;eu não posso falar, mas vocês podem;, ;a voz do povo é a voz de Deus;. Ele deu abertura para que os outros fizessem a mesma coisa. Houve um certo estímulo;.
No entanto, para ela, Lula age dessa forma por ser carismático e interagir espontaneamente com a população. ;O presidente é a maior figura da nação, é o mais alto mandatário do país. Na verdade, espera-se do presidente, seja ele quem for, que dê um bom exemplo de como as outras pessoas envolvidas devem se comportar durante as eleições;.
A vice-procuradora-geral Eleitoral afirmou que o maior problema enfrentado pelo MPE este ano são as propagandas antecipadas na internet e nos programas partidários. ;Teria que se alterar a lei [para acabar com programas partidários em ano eleitoral]. Acho que este ano a coisa foi pior, houve um exagero em relação a 2006. Nós temos propagandas [eleitorais] em programas de partido que sequer tem candidato, que são parte de uma coligação que apóia outro candidato;.
Ela também reconheceu que o valor das multas aplicadas aos candidatos que fazem propagandas eleitorais fora do prazo ainda é muito pequeno. ;Essa multa [por propaganda extemporânea] é muito baixa. Acho que impor até R$ 25 mil para alguém que já está recebendo a sétima, oitava multa, na verdade, é quase um estímulo para continuar [a fazer propagandas antecipadas];.
De acordo com Sandra, o Tribunal Superior Eleitoral é quem deve controlar o pagamento das multas pelos partidos. ;Se elas não são pagas, podem ser executadas e elas podem, inclusive, gerar consequências em relação aos partidos e às contas deles;.