Politica

Coordenadores da candidatura de Serra escalam a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) para com o agronegócio

Igor Silveira, Ivan Iunes
postado em 10/08/2010 07:06
De olho na arrecadação de campanha, os coordenadores da candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência escalaram a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) para passar o chapéu entre os representes do agronegócio. Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia tem o plano de reforçar consideravelmente o caixa de Serra e montar uma estrutura centralizada de captação de recursos para deputados e senadores da bancada ruralista. A intenção é que a representação do setor nas duas Casas cresça 20% no pleito de outubro.

A estratégia de arrecadação entre os empresários do agronegócio ainda está sendo traçada por Kátia Abreu. Inicialmente, a ideia é enviar uma carta de apresentação solicitando a doação de recursos e um boleto bancário, para facilitar o processo. A senadora estuda arrecadar pelo menos R$ 100 de cada contribuinte. Os potenciais doadores são estimados em 2 milhões de produtores rurais e pecuaristas ; o Brasil conta com cerca de 5 milhões de pequenos e grandes agricultores e criadores de gado. ;Vamos pedir R$ 100, R$ 1 mil, pegaremos qualquer quantia desde que a contribuição seja transparente. Não faremos nada que não for republicano;, afirma.

Embora a prioridade seja a campanha presidencial, recursos pingarão nas contas de candidatos a deputado e senador, desde que alinhados aos ruralistas.

;Os que apoiam a agropecuária terão meu empenho total;, afirma Kátia. Oficialmente, a bancada ruralista conta com 82 deputados e 12 senadores, proprietários diretos de terras. A contar os quem têm interesses indiretos na causa, a soma sobe para 120.

Causa
Os planos da Frente Parlamentar da Agropecuária incluem ganhar de 24 a 36 novos defensores a partir de outubro. Mesmo com divisões partidárias internas, todos teriam o caixa reforçado pela estratégia agressiva de arrecadação. ;Não discutimos ideologia. A luta é pela causa e, por isso, não há problema no fato de a bancada ser formada por parlamentares de partidos diferentes;, garante o presidente da Frente, o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC). Segundo especialistas na articulação parlamentar, os planos de arrecadação de Kátia Abreu mostram uma tendência atual, de entidades patronais se empenharem para elegerem bancadas.

Embora a senadora garanta que não utilizará a estrutura da CNA, a mera presença dela à frente do plano já serviria para girar a máquina da entidade, formada por diversas federações estaduais. Além dos ruralistas, o setor industrial também anunciou que implementaria uma estratégia para aumentar a representatividade no Congresso. ;O maior problema desse movimento é que a condução do Congresso fica entregue a um número reduzido de corporações e movimentos;, diz o presidente do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, Antônio Queiroz.

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