postado em 12/08/2010 19:15
Florianópolis ; A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse nesta quinta-feira (12) que não considera que o Brasil necessita de uma reforma trabalhista. Em discurso para empresários na sede da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), a candidata repudiou ideias que, segundo ela, podem ;reduzir; direitos trabalhistas.;Não tenho compromisso com a reforma trabalhista e não penso em reforma trabalhista como algo urgente para o país. Não me peçam para reduzir direitos de trabalhadores porque isso não vai acontecer;, defendeu.
Dilma Rousseff também ressaltou que uma possível reforma na Previdência só ocorrerá após análise com muita ;cautela; e minimizou a questão do déficit previdenciário. ;O déficit previdenciário não tem essa dimensão toda que se anuncia. É preciso lembrar que uma parte vai para política social, para pagar os aposentados da área rural, por exemplo. Esse gasto tem que ser pago com dinheiro do Tesouro;, afirmou.
Quanto ao financiamento de obras de infraestrutura, a candidata do PT defendeu uma maior participação de empresas nacionais e internacionais nos investimentos. Segundo Dilma, as obras que o Brasil precisa prioritariamente não podem depender apenas de financiamento público.
;Não podemos mais depender somente do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], que é o único que faz financiamento de 20 a 30 anos. Até porque, vocês sabem que não se faz uma rede de infraestrutura em cinco anos. Por isso, precisamos do capital privado, nacional e internacional;, disse.
A candidata petista afirmou ainda que seu desafio é transformar o Brasil, de país emergente no cenário internacional, para um país desenvolvido e destacou que o ele tem algumas ;vantagens; em relação aos demais emergentes que precisam ser contadas como fatores competitivos.
Dilma Rousseff citou como uma ;vantagem; o fato do Brasil ter metade da matriz energética formada por energia limpa. Outra vantagem, segundo ela, foi a descoberta de petróleo na camada pré-sal e a Floresta Amazônica.
;O pré-sal é uma reserva de valor. Nós temos uma outra reserva que é a Floresta Amazônica. Nós precisamos levar desenvolvimento a 20 milhões de pessoas que vivem lá [na Amazônia] que é uma reserva que temos que preservar;, disse.
A situação de credor do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o fato do Brasil gozar atualmente de um regime democrático estável também foram fatores apontados por Dilma como vantagens em relação aos demais países emergentes.
;Acabamos com a indexação da nossa dívida interna. Hoje, o dólar pode estourar lá fora que não afeta nossa dívida. Quanto a dívida externa, hoje somos credores do FMI. Além disso, temos US$ 255 bilhões em reservas cambiais;.