postado em 20/08/2010 10:27
Luiz RibeiroEnviado Especial
Rio de Janeiro ; A Associação Nacional de Jornais (ANJ) pretende criar até o fim do ano um conselho de autorregulamentação para atuar entre os 146 associados da instituição. A informação é da presidente da ANJ, Judith Brito, que pretende formar um conselho com sete integrantes com a finalidade de aplicar o Código de Ética já existente. Durante a abertura do 8; Congresso Brasileiro de Jornais (CBJ), a presidente da ANJ também defendeu a liberdade de expressão e considerou ;retrógradas e preocupantes; as decisões de governos de exercer um controle social sobre a mídia. Reunindo cerca de 700 participantes, o congresso aborda o tema Jornalismo e democracia na era digital.
Questionada sobre a atuação do conselho, Judith Brito revelou que, entre outros assuntos, poderão ser tratadas questões como direitos de resposta. ;Não quero me comprometer com prazos, mas acho que até o fim do ano teremos o conselho;, disse. Segundo ela, a proposta de criação de um conselho de autorregulamentação não é nova, mas ganhou corpo depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a antiga lei de imprensa, da época do regime militar.
Conteúdo novo
Judith também enfatizou o trabalho da ANJ em defesa da liberdade de imprensa e do acesso a informação de qualidade. ;Os jornais são responsáveis por cerca de metade da produção de conteúdo jornalístico novo, contra apenas 4% produzidos pelas novas plataformas;, destacou. Segundo ela, ;no front da defesa da liberdade de expressão sempre há discursos que em alguma medida buscam estabelecer o controle social da mídia, a exemplo do que infelizmente acontece em países vizinhos, como na Venezuela;. Mas ressaltou: ;Sabemos que, no Brasil, este não é um desejo majoritário, mas apenas a expressão de alguns grupos contrários à livre manifestação da opinião. São ideias retrógradas e preocupantes. Em todas as ocasiões, a ANJ se levantou contra as ameaças à democracia, na defesa dos direitos dos cidadãos;.
Por outro lado, a presidente da ANJ salientou que ;os jornais não querem se isentar da responsabilidade que obviamente têm em suas funções de informar. Em nenhum momento propusemos impunidade, mas apenas nos defendemos contra a intolerável censura prévia;.
O congresso da ANJ reúne mais de 50 especialistas nacionais e internacionais, entre palestrantes e moderadores, para discutir as principais tendências e os maiores desafios para os jornais no Brasil e no mundo. Na pauta, estão o futuro da imprensa, o perfil dos leitores, a independência dos jornais e o impacto da internet na indústria jornalística. O diretor de redação do The Wall Street Journal e editor-chefe da Dow Jones & Company, Robert Thomson proferiu palestra no encerramento do primeiro dia do congresso. (LR)
Em todas as ocasiões, a ANJ se levantou contra as ameaças à democracia, na defesa dos direitos dos cidadãos"
Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ)