O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu mais um sinal de que não está tão à vontade com a ideia de deixar o poder. Ontem, no Palácio do Planalto, durante cerimônia de assinaturas de medidas que ampliam os poderes do Ministério da Defesa, o petista reclamou, em tom de brincadeira, com o chefe da pasta, Nelson Jobim, por não ter incluído no meio da série de propostas uma que permitisse ;mais alguns anos de mandato;. ;Quando mandaram o projeto, deveriam ter mandado uma ;emendinha;;, ironizou.
No mesmo evento, o presidente fez um afago aos militares. Faltando pouco mais de quatro meses para deixar a Presidência da República, Lula sancionou uma lei complementar que, na prática, recria o Ministério da Defesa. A reestruturação inclui a criação do Estado-Maior das Forças Armadas; permite que integrantes da Marinha e da Aeronáutica possam, em área de fronteira, revistar pessoas e meios de transporte, patrulhar e realizar prisões em flagrante; além de conceder ao ministro o poder de indicar os comandantes das Forças Armadas.
;O projeto também soluciona os problemas que ocorreram com a definição do poder de polícia do Exército. Ou seja, define-se com clareza o poder de política da Força Aérea como também se dá poder de polícia à Marinha nas águas jurisdicionais brasileiras e nos 4,5 milhões de quilômetros quadrados de litoral, correspondentes às águas territoriais brasileiras;, afirmou Jobim.
Ouça trecho do discurso do presidente Lula