Politica

Descontraído, Lula reclama da falta de proposta por anos extras de mandato

Igor Silveira
postado em 26/08/2010 07:30

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu mais um sinal de que não está tão à vontade com a ideia de deixar o poder. Ontem, no Palácio do Planalto, durante cerimônia de assinaturas de medidas que ampliam os poderes do Ministério da Defesa, o petista reclamou, em tom de brincadeira, com o chefe da pasta, Nelson Jobim, por não ter incluído no meio da série de propostas uma que permitisse ;mais alguns anos de mandato;. ;Quando mandaram o projeto, deveriam ter mandado uma ;emendinha;;, ironizou.

No mesmo evento, o presidente fez um afago aos militares. Faltando pouco mais de quatro meses para deixar a Presidência da República, Lula sancionou uma lei complementar que, na prática, recria o Ministério da Defesa. A reestruturação inclui a criação do Estado-Maior das Forças Armadas; permite que integrantes da Marinha e da Aeronáutica possam, em área de fronteira, revistar pessoas e meios de transporte, patrulhar e realizar prisões em flagrante; além de conceder ao ministro o poder de indicar os comandantes das Forças Armadas.

;O projeto também soluciona os problemas que ocorreram com a definição do poder de polícia do Exército. Ou seja, define-se com clareza o poder de política da Força Aérea como também se dá poder de polícia à Marinha nas águas jurisdicionais brasileiras e nos 4,5 milhões de quilômetros quadrados de litoral, correspondentes às águas territoriais brasileiras;, afirmou Jobim.

Ouça trecho do discurso do presidente Lula




Um dos pontos da revitalização da Defesa é um projeto de lei, enviado ao Congresso Nacional, e que deve ser votado somente no próximo ano, que cria 488 cargos no ministério. A justificativa da pasta é que, assim como ocorre no Palácio do Planalto, os funcionários do ministério, atualmente, são cedidos de outros órgãos federais. O impacto da medida será de R$ 18,9 milhões por ano. ;Isso é investimento. Antigamente, no Brasil, não podíamos gastar com nada porque todos diziam que era desperdício. Pagávamos somente ao Fundo Monetário Internacional. Eu me arrependo de não ter comprado um avião maior ou até dois para a Presidência. Eu sei quanto custa, por exemplo, levar delegações de empresários para ampliar os negócios do nosso país com outros governos. Hoje, eu sei que precisava (comprar o avião novo, chamado pela oposição de ;Aerolula;);, ressaltou o presidente.

Primeiro dia

O evento com os militares foi o primeiro oficial no Palácio do Planalto depois da reforma, iniciada em março de 2009 e entregue somente na semana passada. Mesmo após um ano e sete meses de obras, é possível encontrar algumas falhas no prédio. Enquanto o presidente reclamava do frio no 2; andar, o ar-condicionado não funcionava no comitê de imprensa. No térreo, um conjunto de cadeiras, projetadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, precisou ser retirado depois que um dos assentos quebrou.

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