postado em 27/08/2010 14:41
O ex-presidente da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), Sérgio Rosa, e também o ex-gerente de Planejamento da entidade, Gerardo Xavier Santiago, devem participar de audiência pública na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) na próxima terça-feira (31), às 11h. Por requerimento da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), eles foram chamados a esclarecer sobre a suposta "fábrica de dossiês" montada na Previ para espionar adversários do governo Lula.Gerardo Santiago, que atuou na Previ entre 2003 e 2007, foi o próprio autor das denúncias. Ele falou sobre o esquema de espionagem à revista Veja. Publicada na edição de 11 de agosto, a reportagem traz ainda a revelação de que a entidade vem sendo utilizada como máquina de arrecadação de recursos para o PT.
O denunciante também foi ex-assessor da presidência da Previ, função em que atuou igualmente sob o comando direto de Sérgio Rosa. Ele se afastou da Previ e do PT depois de se desentender com Rosa - que também deixou o cargo em julho deste ano.
À revista, Gerardo Santiago disse que o fundo de pensão funciona como um "bunker de um grupo do PT", que seria liderado pelo deputado Ricardo Berzoini (SP), o tesoureiro do partido João Vaccari Neto, o ex-ministro Luiz Gushiken e o próprio Sérgio Rosa. Ele revelou ter tido participação direta na confecção de dossiês para "desmoralizar adversários políticos".
Para aumentar a arrecadação do PT, conforme o ex-gerente, a Previ teria montado uma rede de conselheiros ligados ao partido em empresas com participação acionária do fundo. Os conselheiros trabalhavam para influenciar as doações das companhias em favor do partido.