Luisa Brasil
postado em 18/10/2010 17:14
O PSDB e DEM, entraram, na tarde desta segunda-feira (18), com representação na Procuradoria Geral da União pedindo a investigação das acusações contra o Diretor de Engenharia e Planejamento da Eletrobras, Valter Luiz Cardeal Souza. Neste fim de semana, a revista Época publicou matéria em que o acusa de envolvimento em um empréstimo fraudulento.Segundo a denúncia, o banco alemão KfW entrou com uma ação contra a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), subsidiária da Eletrobras, afirmando que a empresa tinha conhecimento de um aval falso que foi dado a um financiamento para a construção de usinas de biomassa. A matéria refere-se a Cardeal como o ;;homem de Dilma;. Segundo reportagem, a CGTEE teria dado as garantias ao banco de fomento alemão, em março de 2005, para a empresa Winimport construir as usinas, ferindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe empresas do governo de serem fiadoras de empréstimos internacionais a empresas privadas.
Já o jornal Folha de São Paulo divulgou matéria acusando o engenheiro Edgar Luiz Cardeal, irmão de Valter Luiz Cardeal, de tráfico de influência. Em relação à matéria da Folha, Cardeal se defendeu em nota, afirmando que seu irmão trabalha em projetos de energia elétrica há 42 anos e que não há conflito de interesses nas atividades dos dois. Cardeal afirma também que o irmão não presta serviços para empresas do sistema Eletrobras. ;;A única verdade sem distorção no texto publicado é a de que meu irmão Edgar Luiz Cardeal é um reconhecido profissional e empresário do setor elétrico. Ao que me conste, não há ilegalidade alguma em ter um irmão ganhando a vida honestamente, de acordo com as leis de mercado;;, finaliza a nota.
A denúncia da revista Época foi rebatida pela CGTEE e pela Eletrobras, que afirmam que suas Diretorias Executivas e seus respectivos Conselhos de Administração ;;foram vítimas de ações criminosas - que consistiram na concessão de garantias fraudulentas ao banco alemão KfW - perpetradas por pessoas que hoje respondem a processo criminal perante a Justiça Federal;;.
A nota afirma que foi constatada fraude na concessão de garantias ilegais por parte do ex-diretor da Eletrobras CGTEE Carlos Marcelo Cecin, de seu assessor, Joceles Moreira, e de outras pessoas alheias ao quadro da empresa. A nota diz que os envolvidos foram indiciados, mas que em nenhum momento a Polícia Federal e o Ministério Público Federal evidenciaram o envolvimento de Valter Cardeal na concessão das supostas garantias.
Os partidos de oposição apresentaram ainda um adendo a uma primeira representação movida contra a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, que pede a investigação das denúncias de que Erenice e o filho dela, Israel Guerra, teriam feito tráfico de influência na intermediação de contratos com o governo.
No adendo, os partidos pedem a inclusão de novas informações contidas em reportagens da revista Veja, de que uma ex-assessora de Dilma foi investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por contrato sem licitação no Ministério de Minas e Energia.
*Com agências