postado em 09/11/2010 18:58
Brasília %u2013 O PCdoB defende a adoção de medidas emergenciais para fazer frente à crise cambial em curso no mundo. Em reunião nesta terça-feira (9/11) com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, o presidente do partido, Renato Rabelo, disse que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) representa apenas um %u201Cpaliativo%u201D e que é preciso adotar medidas para restringir o ingresso de capital especulativo no país.
%u201CNão existe em nenhum lugar do mundo um câmbio totalmente flutuante. Não se pode deixar tudo por conta do mercado%u201D, opinou Rabelo após a reunião.
%u201CA guerra cambial tem impacto sobre o Brasil. Não é um problema internacional. Aliás, o Brasil está pagando caro por causa dessa guerra cambial. Acho que tem de atuar em duas frentes: no front externo, para buscar uma saída multilateral, e no front interno também é preciso tomar algumas medidas%u201D, destacou.
Rabelo disse também que conversou com Dutra sobre a necessidade de encontrar uma forma de financiamento para a saúde, sem que seja necessário criar um novo imposto ou recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
A princípio, a reunião com Dutra serviria apenas para que o partido apresentasse suas reivindicações quanto à participação no governo de Dilma Rousseff. A reunião faz parte de uma série de encontros que o presidente do PT vem fazendo nesta semana com a cúpula de todos os partidos da coligação que elegeu a presidenta.
No entanto, Rabelo acredita que as sugestões apresentadas pelo partido ao presidente do PT são oportunas. %u201CO PCdoB, na formação do governo, sempre parte da ideia de que é necessário ter plataformas, programa e objetivos políticos. Não pensamos em participar sem ter uma definição mínima do governo. Na fase atual, para um novo governo, é preciso um programa imediato, de questões candentes%u201D, justificou.
O PCdoB tem, atualmente, o Ministério do Esporte, com Orlando Silva à frente. Quer manter a pasta, que ganha destaque com a iminência da realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil e das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, e, se possível aumentar sua participação, alocando quadros como os deputados Flávio Dino (MA), Aldo Rebelo (SP) e Manuela D'Ávila (RS).
Rabelo lembrou o apoio que o então presidente da Câmara, Aldo Rebelo, deu ao PT na época das denúncias sobre o mensalão, suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio ao governo. %u201CNo momento mais difícil de crise, o partido deu contribuição com o Aldo Rebelo, que foi presidente da Câmara no período mais agudo de dificuldade e ministro de Relações Institucionais."
Ele destacou também o fato de o Ministério do Esporte ter sido montado por quadros do PCdoB. "Primeiro, com o Agnelo [Queiroz, eleito governador do Distrito Federal] e depois, com o Orlando Silva." O PCdoB pode dar ao futuro governo contribuição ainda maior, disse Rabelo ao sair do encontro.
%u201CO problema não é essa história de merecer ou não. O partido tem quadros e experiência. O PCdoB não é um partido grande, mas é respeitado, tem opiniões e posições. Tem uma relação que já vem de muito tempo, desde 1989. É isso que achamos importante e que a presidenta deverá levar em conta%u201D, destacou.