Politica

PR faz lobby pelo retorno de Alfredo Nascimento para pasta do transporte

postado em 11/11/2010 09:38
O ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento quer voltar ao cargo. O nome dele e a manutenção do ministério foram apresentados ontem ao presidente do PT, José Eduardo Dutra, como o pedido do PR na divisão de poder do futuro governo da presidente eleita, Dilma Rousseff. Dutra não disse nem sim nem não, mas revelou que a tendência é mesmo cada partido manter o espaço que ocupa, com poucas trocas entre eles, conforme discutido entre Dilma e o vice-presidente eleito, Michel Temer, na semana passada.

Dutra avisou ainda que irá apresentar o pedido à futura presidente com os outros que coletou ao longo dos últimos dias. Com um orçamento de R$ 17 bilhões só para investimentos em rodovias no próximo ano, um dos maiores da Esplanada, o Ministério dos Transportes vira objeto do desejo não só do PR, que comanda a pasta desde 2006, mas também do PP e do PMDB, que era o todo-poderoso dessa área no governo Fernando Henrique Cardoso.

Da reunião com Dutra participaram o presidente do partido, Alfredo Nascimento, os deputados Valdemar Costa Neto ; aquele que brigou com Roberto Jefferson, do PTB, nos tempos do mensalão ; e Luciano Castro (RR); o líder do partido na Câmara, Sandro Mabel, além dos senadores Magno Malta e João Ribeiro. Todos fechados com a indicação do senador amazonense, derrotado para o governo estadual.

O PR decidiu apostar em Alfredo porque sabe que o ex-ministro e a presidente eleita sempre se deram bem nos tempos em que ela era ministra da Casa Civil. E não é hora de brincar com tantos adversários de peso na roda. Dentro do PMDB, por exemplo, quem deseja o cargo é o senador Eduardo Braga (AM), adversário de Nascimento na política regional. Braga deixou o governo em abril para concorrer ao Senado e, quando se esperava que ele apoiasse a candidatura de Nascimento para sucedê-lo, surgiu o nome do vice-governador Omar Aziz, que esvaziou a campanha do candidato do PR e venceu a eleição. Com dois palanques no estado e votação expressiva, Dilma passou toda a campanha longe da disputa entre os aliados. Alfredo, que seria candidato único da base de Lula, sentiu-se traído. Agora, aguarda compensação.

Balança

Se o PR mantiver a indicação de Alfredo, Blairo Maggi, senador eleito pelo Mato Grosso, estará fora do futuro governo. No PR, há quem tenha medo de indicar Blairo e terminar perdendo os Transportes, uma vez que o ex-governador do Mato Grosso é mais ligado ao setor agrícola e, entre as duas pastas, o PR prefere Transportes, que já domina e pode chegar trabalhando sem a necessidade de precisar de tempo para conhecer a máquina.

O PR aproveitou o encontro para falar de reforma tributária e defender o texto apresentado pelo seu líder, Sandro Mabel, no ano passado. Dutra, entretanto, não deu resposta. Afinal, este assunto, assim como o novo ministério, só irá deslanchar quando Dilma voltar de Seul, na Coreia do Sul. Ela já pediu a todos que estejam em Brasília na terça-feira, depois do feriado.

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