postado em 18/11/2010 09:30
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou um de seus últimos encontros com o empresariado brasileiro como chefe da nação para defender que, a partir de 1; de janeiro de 2011, o Estado continue a interferir mais amplamente na economia. Na cerimônia de posse do novo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, na noite de ontem, Lula ressaltou a política econômica desenvolvimentista que marcou seu governo e disse que Dilma Rousseff deve seguir o mesmo caminho. ;Fui exatamente eu, que passei a vida inteira sendo socialista, que fortaleci esse capitalismo de vocês;, disse no discurso para os industriais e as lideranças classistas. ;Quem viver a partir de 2011 vai viver um novo país.;Lula citou o economista desenvolvimentista Celso Furtado e, após ler o discurso, enumerou aspectos de seu governo que, segundo ele, vêm garantindo o crescimento da economia brasileira. A ampliação da indústria naval, o maior poder de consumo das classes D e E, o êxito das indústrias automobilística e de informática, o pré-sal, grandes obras de infraestrutura ; como a transposição do Rio São Francisco ; e a superação da crise econômica de 2008 foram enumerados. ;Embora não sendo mais presidente da República a partir de 1; de janeiro de 2011, estarei mais brasileiro do que nunca, viajando pelo país. Seremos a quinta ou a sexta economia do mundo em 10 anos.;
Mesmo com elogios a Lula e à presidente eleita, o ex-presidente da CNI, deputado Armando Monteiro Neto, e o presidente recém-empossado, Robson Braga, cobraram mais empenho do governo para reduzir a carga tributária, alterar a legislação trabalhista e empreender as reformas previdenciária e política. ;Nosso país tem um compromisso inadiável e urgente com as reformas estruturais que vêm sendo postergadas ao longo de muitas décadas, vitimadas pelo mais nocivo corporativismo. A reforma tributária é a principal prioridade;, disse Robson Braga, ex-presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais e eleito para presidir a CNI pelos próximos quatro anos.
Lula fez uma brincadeira sobre a cobrança. ;As reivindicações de Robson são as mesmas de Armando quando ele tomou posse na CNI. Parecem até presidentes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo;, disse o presidente, que já comandou o sindicato. Lula disse ainda que espera mais ;maturidade; do Congresso Nacional para votar a reforma tributária a partir de 2011. ;Existe um inimigo oculto que impede essa reforma.;