Politica

Com agenda cheia, Dilma faz pausa para responder ao Censo

postado em 24/11/2010 09:31
A presidente eleita, Dilma Rousseff, teve agenda movimentada ontem no Centro Cultural Banco do Brasil (CCCB), sede do governo de transição. Foi a segunda vez que a petista foi ao local, depois das eleições de outubro, para cumprir compromissos do novo mandato. Por volta das 17h, Dilma respondeu ao questionário do Censo demográfico 2010. Como estava em campanha, não houve tempo para receber a visita antes. Hoje é o último dia de realização do recenseamento do IBGE em todo o país.

Rodrigo de Paula Almeida, de 27 anos, foi o recenseador responsável por fazer as perguntas. Segundo a assessoria de imprensa da transição, ele teria ficado nervoso no início da entrevista, que durou 10 minutos, mas acabou se soltando e ;fechando com chave de ouro;. Ele comemorou o fato de ter feito a entrevista com a presidente eleita no fim do prazo do recenseamento, iniciado em agosto.

O procedimento no CCBB foi acompanhado pelo chefe do IBGE no Distrito Federal, Silvio Rogério dos Santos. A presidente eleita, segundo assessores, teria ficado impressionada com a rapidez da entrevista e reconheceu a importância do trabalho feito em todo o país. Dilma solicitou a visita por meio do 0800 que o IBGE ofereceu às pessoas que não responderam ao Censo.

Protocolo
Depois, Dilma recebeu os ministros Benjamin Zymler, vice-presidente do TCU, e José Múcio, ex-ministro de Relações Institucionais de Lula. Eles a convidaram para participar da cerimônia de posse de Benjamim como presidente do órgão, em dezembro. De acordo com a assessoria, foi uma visita protocolar e na pauta não estava o tema obras com indícios de irregularidades graves, que será discutido no Congresso em razão da votação do Orçamento de 2011.

O último compromisso de Dilma foi uma reunião com o governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). ;Tivemos a primeira conversa depois das eleições e discutimos o momento do país, as questões do PSB no futuro governo e programas para o Nordeste, mas nada conclusivo;, afirmou Campos. Segundo ele, Dilma está bem animada e muito bem-humorada.

Também marcaram presença no CCBB os coordenadores da equipe de transição: o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e os deputados Antonio Palocci (PT-SP) e José Eduardo Cardozo (PT-SP). O governador da Bahia, Jacques Wagner, que está em Brasília, se reuniu com Palocci.

Críticas ao ;rateio;
Em discurso na segunda-feira, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) citou a matéria ;Briga por R$ 500 bilhões;, do Correio, para criticar a acirrada disputa de cargos no governo da presidente eleita, Dilma Rousseff. Publicada em 8 de novembro, a matéria relata que aliados da petista se debatem sobre o rateio de postos nos fundos de pensão, que, juntos, administram R$ 500 bilhões. Parte dessa montanha de dinheiro vai bancar as maiores obras de infraestrutura do país, algumas delas, como o trem-bala, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Além disso, a base de apoio à Dilma está de olho no enorme cabide de empregos dessas fundações. São mais de 8 mil cargos e salários que variam de R$ 20 mil a R$ 30 mil mensais, sem contar os bônus pagos ao gestor. O volume de recursos geridos pelos fundos e o número de postos surpreenderam Simon, assim como a partidarização deles. ;É uma situação sem precedentes;, disse ele, que acredita no bom senso de Dilma para evitar a sanha dos partidos sobre esse segmento.

Simon lembrou que Dilma, quando esteve à frente do Ministério de Minas e Energia, privilegiava indicações técnicas para a Petrobras, embora fosse pressionada a nomear apadrinhados de PT e PMDB. ;Quando Dilma veio a ser chefe da Casa Civil, ela queria botar alguém que representasse o pensamento dela no Ministério de Minas e Energia. Foi derrotada. O José Sarney ganhou e indicou um representante dele, que foi afastado por interrogações e botou outro representante dele;, afirmou o senador. Dilma foi substituída na pasta, em 2005, pelo engenheiro maranhense Silas Rondeau, por indicação de peemedebistas. Dois anos depois, ele pediu demissão por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção. Na época, o ministro chamou as suspeitas de ;mentiras;. No lugar dele, assumiu o engenheiro eletricista Nelson Hubner. E, em 2008, o PMDB emplacou Edison Lobão (MA).

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