postado em 25/11/2010 09:10
Uma história de ciúme e traição interrompeu a sessão de ontem da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. Parlamentares que compõem a comissão e um grupo de empresários do setor petrolífero já haviam tomado lugar à mesa da audiência pública, convocada pelo deputado Alexandre Cardoso (PMDB-RJ), quando um homem seguiu em direção aos convidados e aos deputados e começou a gritar. Sem saber direito quem era o ;alvo; da fúria, o presidente da comissão, deputado Nelson Bornier (PMDB-RJ), solicitou que a Polícia Legislativa tirasse o homem do plenário 9 e o levasse para interrogatório. ;O senhor se dirigiu com palavras obscenas, não tem esse direito. Nós estamos em audiência pública. Por favor, temos que interrogar esse rapaz;, disse, ainda com os microfones abertos.A ;vítima; dos impropérios do invasor da sessão era um técnico do Tribunal de Contas da União (TCU) que compunha a mesa da audiência pública. Preocupados com a integridade física do servidor do TCU e com a manifestação de cerceamento da liberdade da instituição, os parlamentares questionaram o funcionário da União se ele sabia o motivo do ataque repentino. ;Desconheço, excelência, acredito que ele queira me constranger de alguma maneira.; Enquanto o agressor era ouvido, os integrantes da comissão cogitaram, até mesmo, pedir reforço da Polícia Federal. ;Se fosse o caso, poderíamos chamar a PF. Quando um membro do TCU vem aqui, tem que ter a segurança resguardada. Não iremos permitir de maneira alguma posições dessa;, censurou Bornier, sem ter a menor ideia do que se tratava o episódio.
A sessão foi interrompida por 10 minutos e os policiais legislativos contaram aos parlamentares o teor do interrogatório. O homem que parou a sessão era um servidor do Ministério da Educação (MEC) que acusou o funcionário do TCU de ter relações íntimas com sua mulher, que seria uma colega de trabalho do técnico. A preocupação dos parlamentares deu lugar a um tom jocoso. O agravante é que eles não puderam tornar público, aos demais integrantes da mesa, o motivo da agressão verbal registrada no plenário. ;Inicialmente, nós até nos posicionamos a fazer uma defesa da integridade da pessoa que estava ali, pois o outro cidadão que chegou era até uma pessoa de porte. Atacou o outro, fazendo ameaças e nós não sabíamos quem eram as partes envolvidas;, afirmou, mais tarde, o autor do requerimento da audiência pública. O deputado Alexandre Santos confessa que foi difícil dar continuidade à reunião depois do desdobramento. ;A gente tinha que manter a firmeza e os outros não sabiam. Quebrou o protocolo. Nós tentamos desviar o assunto, mas amor acaba até com a sessão;, disse o deputado.
Decisão muda bancada em Minas
; A 23 dias da diplomação dos eleitos, a composição da bancada de deputados federais de Minas Gerais pode ser modificada pela Justiça Eleitoral. Isso porque o deputado federal Silas Brasileiro (PMDB), que tentou a reeleição mas não venceu, teve o registro da candidatura deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O peemedebista disputou a eleição de outubro com o registro negado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Minas com base na Lei da Ficha Limpa. Ele conseguiu 62.998 votos, mas eles não foram computados em virtude do indeferimento de sua candidatura. O TRE mineiro considerou o deputado inelegível por ele ter sido condenado, em 2002, por improbidade administrativa (má gestão de recursos públicos). Com a decisão do TSE, porém, os votos de Silas Brasileiro serão contados. Conforme cálculos feitos pelo PT, a tendência é de que a coligação Todos Juntos por Minas (PT, PMDB, PCdoB e PRB) ganhe mais uma cadeira na Câmara dos Deputados, chegando a 18 representantes.