postado em 02/12/2010 11:21
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou hoje (2/11) que a discussão sobre o novo marco regulatório dos meios de comunicação não é uma forma de impor censura à imprensa. Em entrevista a rádios comunitárias, Lula disse que, muitas vezes, os meios de comunicação confundem críticas com cerceamento.;Há uma briga histórica. Os meios de comunicação confundiram isso, como se fosse um cerceamento da liberdade de imprensa. A coisa mais pobre que eu acho é alguém achar que não pode receber críticas, que é intocável;, disse ao acrescentar que nunca pediu para a imprensa ;falar bem; dele. ;Só quero que falem a verdade, aquilo que aconteceu;, completou.
Lula admitiu que houve críticas quando o governo resolveu fazer o que chamou de ;democratização da publicidade;. O número de empresas que atendem ao governo passou de 400 para mais de oito mil, segundo Lula. ;Isso teve uma reação bruta porque você tinha um pequeno grupo que estava acostumado a ;comer; sozinho;, disse.
Sobre o futuro do Ministério das Comunicações e também das rádios comunitárias, Lula disse que, nos últimos 30 dias de seu governo, provavelmente não dará tempo de tomar mais medidas para o setor, mas que a presidenta eleita, Dilma Rousseff, certamente cuidará do assunto.
;Pode ficar certo que Dilma sabe o que tem de fazer para o Ministério das Comunicações ter um papel mais importante do que o que teve no meu governo, exatamente por causa do marco regulatório;, afirmou, ao destacar que ela é favorável à nova regulação da comunicação no Brasil. ;Dilma não veio de onde eu vim, mas ela vai para onde eu vou. É uma mulher de cabeça boa, arejada, que vai fazer coisas extraordinárias;, disse.
A missão da nova pasta será de mais responsabilidade que a do ministério anterior por causa das discussões do marco regulatório. Para Lula, a legislação atual precisa ser atualizada. ;Temos uma legislação de 1962, quando não tinha nem fax, nem telefone digital. Imaginem a dificuldade que tivemos de criar a TV pública e ainda falta muito pra consolidar. Não é só uma coisa para a sociedade, é uma estrutura que foi montada. ;, disse.