postado em 03/12/2010 14:46
O deputado federal Henrique Eduardo Alves, líder do PMDB na Câmara dos Deputados, não resistiu à pressão do PT e abriu mão de presidir a Casa no biênio 2011-2012. Em nota enviada à imprensa ontem, o peemedebista disse que, caso o PT aceite o rodízio de presidentes da Casa, deixando para o PMDB o biênio 2013-2014, apoiará o candidato escolhido pela legenda aliada no dia 1; de janeiro do ano que vem.Caso o PT não se comprometa a promover um rodízio na presidência, a aliança entre as duas legendas poderá entrar em crise e prejudicar a governabilidade do mandato da presidente eleita Dilma Rousseff (PT). Por enquanto, o líder do PMDB busca o entendimento com os petistas. "Eu, como democrata que sou, acatarei o critério que o PT escolher para definir quem ocupará o primeiro biênio", afirmou.
A deputada federal Fátima Bezerra (PT) disse, em entrevista ao Diário de Natal, publicada na última segunda-feira, que o impasse na negociação entre PT e PMDB ocorre porque os petistas defendem que haja rodízio na Câmara e no Senado. Já o PMDB, segundo a deputada, não pretende ceder a presidência do Senado ao partido da presidente. Ela disse que não é interessante uma legenda com o controle simultâneo das duas Casas.
Decisão da bancada
Ontem, na reunião da bancada do PMDB na Câmara, os deputados federais do partido eleitos para a próxima legislatura assinaram uma moção de apoio à postulação de Henrique de presidir a Casa. "Os deputados eleitos respaldam e manifestam o seu integral apoio às tratativas políticas conduzidas pelo líder Henrique Alves", diz a nota de moção. Os parlamentares também cobraram reciprocidade de Dilma Rousseff (PT) ao apoio dado a ela.
"Os deputados eleitos entendem que tendo sido parceiros da presidente eleita no processo eleitoral e pelo seu tamanho e importância nesta Casa devam ser previamente consultados sobre qualquer representação tomada em seu nome", cobram os parlamentares, que também reivindicam cargos no governo. "Os deputados eleitos compreendem a importância fundamental de serem representados no governo, com a escolha de quaisquer dos seus integrantes", encerra a moção.