Politica

Resolvida a cota do PMDB, Dilma Rousseff tenta apaziguar o PT e o PSB

postado em 09/12/2010 09:53
Anunciados os nomes do PMDB que irão compor o governo da presidente Dilma Rousseff, ela passou a ter problemas com os dois outros grandes partidos da base: o PT e o PSB. No PSB, há o fato isolado de o senador Antonio Carlos Valadares (SE) ter recusado o ministério da Micro e Pequena Empresa, o que adiou a inclusão dos nomes do partido no rol dos oficializados ontem. No PT, uma reunião iria varar a noite para tentar acalmar a insatisfação da bancada. É que, embora seja majoritário na Esplanada, o PT tem os seus deputados tristes porque não se sentem partícipes das nomeações, fechadas entre quatro paredes por Lula e Dilma.

;Se eu soubesse que não ser candidato era condição para virar ministro, não teria disputado;, reclamou dia desses o deputado Jilmar Tatto (PT-SP), numa reunião do partido, segundo relato de petistas presentes. Foi justamente para tentar acalmar o partido que Dilma anunciou ontem o nome da deputada Maria do Rosário como ministra da Secretaria de Direitos Humanos. Maria do Rosário tem trânsito na bancada, já foi candidata a prefeita de Porto Alegre e conta com a simpatia de todos.

Mas não é bem esse ministério que a bancada petista deseja. A intenção da bancada em ficar com o Ministério da Saúde foi discutida ontem num almoço entre Dilma, o presidente Lula e os três baluartes da campanha da presidente eleita ; José Eduardo Dutra, presidente do PT; José Eduardo Cardozo, secretário-geral do partido; e, ainda Antonio Palocci, esses dois últimos já anunciados, respectivamente, como ministros da Justiça e da Casa Civil.

Os petistas pressionam para a transferência de Alexandre Padilha de Relações Institucionais para a Saúde e, assim, dar à bancada na Câmara a prerrogativa de indicar o ministro que ficaria responsável pela coordenação política do governo. Isso seria discutido ontem à noite entre a bancada e Palocci.

Em meio às pressões do PT, a resistência de Valadares e o ensaio de rebelião no PMDB terminaram diluídos. Pela manhã, um grupo de peemedebistas foi à liderança reclamar dos ministérios destinados ao partido. Chegaram, inclusive, a rascunhar um documento. No meio da tarde, entretanto, o partido estava em festa, comemorando o aniversário do líder Henrique Eduardo Alves (RN), um aquecimento para o jantar da noite com o presidente Lula e Dilma.

No PSB, para não deixar crescer os problemas, o presidente do partido, Eduardo Campos, preferiu deixar para os próximos dias o anúncio de Fernando Bezerra Coelho como ministro da Integração Nacional e, ainda, de Márcio Franca como a indicação da bancada para a Secretaria de Portos. O nome do deputado paulista foi levado ao presidente do PSB, mas sofre resistências do PT de São Paulo, que considera França ;meio tucano;. Para completar, Valadares chegou a declarar numa conversa fechada que queriam que ele cuidasse das microempresas enquanto o PT ficava com os grandes negócios.

Minorias
Precavida com os problemas do PT e do PMDB, Dilma chamou ontem a cúpula do PR para ouvir deles que a escolha de Alfredo Nascimento era chancelada pela bancada. O ;sim; da cúpula partidária, incluído aí Valdemar Costa Neto, levará Nascimento de volta ao Ministério dos Transportes. Dilma, que começou anunciando os ministros do PT, vai terminar a conclusão de seu ministério com o partido, que, como todos os outros, tem um quê de insatisfação. Como o Ministério será todo anunciado antes do dia 15, há quem diga que a turma insatisfeita terá 15 dias até a posse para curar as feridas.

Correndo por fora
O PTB também quer um espaço na Esplanada, mesmo tendo apoiado o candidato do PSDB à Presidência, José Serra. O partido de Roberto Jefferson quer emplacar o deputado Nelson Marquezelli (SP) no Ministério de Micro e Pequenas Empresas, que ainda não existe. O partido também reivindicava a Secretaria da Pesca, para o deputado Alex Canziani (PR), mas perdeu com a indicação da senadora Ideli Salvatt (PT-SC).

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