postado em 15/12/2010 08:16

No começo da manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava em viagem ao Nordeste, ligou para dar parabéns a sua sucessora. Por volta das 10h, as crianças do colégio que fica ao lado do apartamento da presidente cantaram ;parabéns; e repetiram seguidas vezes o nome de Dilma. Sensibilizada, ela desceu até a escola, onde conversou com as crianças, abraçou estudantes e tirou fotos.
A presidente eleita também recebeu um cartão assinado por funcionárias da escola, que teriam entregue a homenagem a seguranças, por cima do muro que separa o local do prédio de Dilma. ;Faça por nós, mulheres, o que os outros não fizeram. Beijos!”, dizia a carta.
Ainda pela manhã, Dilma visitou o ex-marido, Carlos Araújo, e voltou a tempo de almoçar em casa. De camisa vermelha, ela afirmou que torceria pelo Internacional de Porto Alegre contra o Mazembe, da República Democrática do Congo, em partida válida pelo Mundial de Clubes da Fifa. O Inter perdeu por 2 x 0 e acabou eliminado da competição.
Na segunda-feira, um amigo dos tempos em que Dilma militava no PDT, na década de 1980, foi até o apartamento da presidente eleita para saudá-la pelo aniversário. Ele levou uma garrafa de champagne de presente para a petista.
Definição
De volta a Brasília, Dilma terá como missão definir, hoje, o tamanho da participação de partidos que apoiaram sua campanha no governo, como o PSB, o PP e o PDT. Até ontem, os titulares de 16 ministérios já haviam sido anunciados ; ainda restam 21 indicações. Amanhã, a presidente eleita deve viajar para Foz do Iguaçu (PR), onde participará de um jantar com Lula e os presidentes da Argentina, Paraguai e Uruguai, que participarão da reunião de cúpula do Mercosul, na cidade paranaense.
A ideia de Dilma, segundo fontes da equipe de transição, é definir todos os 37 nomes para o primeiro escalão do governo até sexta-feira, dia em que será diplomada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao lado do vice-presidente eleito, Michel Temer.
DEMITIDOS NO TORTO
Antonio Temóteo
Especial para o Correio
Servidores públicos demitidos durante o governo Collor organizaram ontem, na entrada da Granja do Torto, uma manifestação para cobrar o apoio da presidente eleita, Dilma Rousseff, na aprovação do Projeto de Lei n; 5.030/2009. A proposta prevê a reabertura do prazo para requerimento, na Comissão Especial Interministerial (CEI) do Ministério do Planejamento, de retorno dos funcionários dispensados.
O Planejamento declarou que só se manifestará sobre os impactos da anistia nos gastos públicos se o projeto for aprovado. O Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Distrito Federal (Sindsep) estima que até 30 mil pessoas poderão fazer o requerimento na CEI.
Os manifestantes foram recebidos por assessores da equipe de transição e entregaram aos interlocutores uma carta com o pedido de empenho de Dilma para que o projeto seja aprovado e sancionado ainda este ano. O PL n; 5.030 está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal e é o primeiro item de votação da pauta de hoje.
Impacto
Entretanto, a Casa Civil considera que a aprovação do projeto irá gerar um grave impacto nas contas públicas e já se articula para que os senadores governistas barrem a iniciativa na CCJ. Segundo a diretora do Sindsep-DF, Jô Queiroz, os servidores demitidos durante o governo Collor também reivindicam que os anos nos quais estiveram afastados do funcionalismo sejam revertidos em tempo de contagem para a aposentadoria. ;Viemos aqui parabenizar a presidente Dilma pelos 63 anos e reafirmar o compromisso dela de anistiar os injustiçados que estão há mais de 20 anos sem trabalho;, disse a sindicalista.