postado em 16/12/2010 08:15
Com o convite feito ao ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para assumir a pasta da Saúde, falta apenas definir a dança das cadeiras no PSB e o substituto de Padilha para que Dilma Rousseff feche a sua equipe. No caso do PSB, uma reunião da cúpula do partido realizada ontem em Brasília decidiu deixar nas mãos da presidente a escolha de quem irá para onde. Ontem, o atual ministro da Secretaria de Portos, Pedro Brito, reuniu a sua equipe e pediu que preparassem um organograma do órgão como se fosse uma subsecretaria do Ministério de Portos e Aeroportos e deu a entender a assessores que o ministro seria Ciro Gomes.Fontes do Planalto avaliaram que o ingresso de Ciro no portfólio de ministeriáveis do PSB foi o que tumultuou o desfecho do primeiro escalão ontem. Ciro conversou com Dilma por telefone na sexta-feira, quando combinaram que ele viria a Brasília. Na conversa, ela não citou cargos nem deixou claro que seria na cota do PSB. No mesmo dia, entretanto, os socialistas descobriram que Dilma iria incluí-lo na cota do partido.
Cio desistiu de vir a Brasília depois das declarações de Michel Temer sobre a necessidade de ele ter ;cautela verbal;. A forma como Ciro foi convidado terminou por deixar mal o presidente do PSB, Eduardo Campos. Ciro foi a primeira pessoa a quem Eduardo perguntou se queria entrar na equipe de Dilma e o deputado rechaçou a ideia. A partir daí, o presidente do PSB ofereceu Fernando Bezerra Coelho para a Integração e Beto Albuquerque (RS) ou Márcio França (SP) para a Secretaria de Portos.
Ontem, o governador do Ceará, Cid Gomes, viu-se obrigado a adiar a sua diplomação para ficar em Brasília buscando uma solução que não deixe mal nem seu irmão, nem o presidente do partido, nem a bancada do PSB. Até o fechamento desta edição, ele, Eduardo Campos e Roberto Amaral ainda continuavam reunidos com Palocci tratando de arrumar esse tabuleiro.
ESCOLHAS OFICIALIZADAS
Leandro Kleber
Especial para o Correio
Mais cinco nomes que estavam sendo especulados para compor o governo de Dilma Rousseff foram anunciados oficialmente ontem. Dois deles são do PT: Fernando Pimentel, que será o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e Aloizio Mercadante, que assumirá o Ministério da Ciência e Tecnologia.
Nelson Jobim, do PMDB, permanecerá à frente da Defesa. Ele terá a difícil missão de fechar a negociação da compra dos caças com a presidente eleita. Já o atual secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, que já foi embaixador do Brasil nos Estados Unidos, substituirá Celso Amorim no Ministério das Relações Exteriores. O geólogo gaúcho Giles Azevedo, integrante da equipe de transição, será o chefe de gabinete da presidente no Planalto. A promessa da petista era indicar todo o seu ministério até ontem. Porém, ainda faltam 18 pastas.
O PP também acertou ontem com a presidente eleita a manutenção do Ministério da Cidades e a indicação do deputado Mario Negromonte para o cargo hoje ocupado por Márcio Fortes. A atual ministra Izabella Teixeira também foi convidada e aceitou, segundo interlocutores do Planalto.
Colaborou Tiago Pariz