postado em 22/12/2010 08:00
A Polícia Federal vai empregar cerca de 600 agentes na posse da presidente eleita, Dilma Rousseff, em 1; de janeiro, incluindo um grupo de mulheres, que ficará encarregado da escolta no percurso que vai da Granja do Torto aos locais das cerimônias. A pedido de Dilma, a PF vai manter a segurança até após a transmissão do cargo, passando o trabalho, em seguida, ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Normalmente, a troca das corporações é feita na Catedral de Brasília, antes da posse oficial, mas desta vez a mudança ocorrerá no Congresso.O efetivo utilizado pela Polícia Federal é um dos maiores para cerimônias do gênero. Somente em visitas de autoridades estrangeiras de grande notoriedade ; como ocorreu com o papa Bento XVI, em 2007 ; o número de agentes é reforçado. Dos cerca de 600 policiais, parte será usada na escolta dos visitantes, com atenção especial à secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Nesse caso, a PF apenas reforça a segurança, que fica por conta do Serviço Secreto dos Estados Unidos.
Até a semana passada, além de Hillary, estavam confirmadas as presenças dos chefes de Estado da Venezuela, do Chile, do Uruguai, do Peru, da Bolívia, da Colômbia, de El Salvador, da Argélia, do Gabão, de Guiné e da Guatemala, além de um representante da Espanha e do ex-primeiro-ministro japonês Taro Aso. Todos receberão escolta da PF, mas alguns visitantes estrangeiros terão um esquema especial, caso seja requisitado. Até agora, no entanto, a Polícia Federal não recebeu pedidos nesse sentido, a não ser em relação a Hillary Clinton.
Atiradores
Durante a semana, delegados da PF definiram o esquema de segurança, que contará com helicópteros da Coordenação de Operações Aéreas (Caop) e agentes do Comando de Operações Táticas (COT), a elite da Polícia Federal. A corporação usará atiradores de elite postados em pontos estratégicos da Esplanada dos Ministérios.
Outros agentes ficarão espalhados na Esplanada, que terá um posto da PF, onde estarão os comandos da operação de posse. O último treinamento do grupo ocorrerá no domingo, provavelmente às 14h30. O efetivo será formado por policiais da Superintendência do Distrito Federal e será reforçado com pessoal de outros estados e pelas divisões especiais, como o COT e o setor de operações aéreas.
A escolta da Polícia Federal deveria deixar Dilma na Catedral, como ocorreu com outros presidentes, mas a presidente eleita pediu para manter o grupo de agentes ; o mesmo que a acompanha desde as eleições ; até o momento em que for empossada. Esta será a primeira vez em que a PF faz a segurança total de um presidente eleito até sua posse. Em outros momentos, o GSI e a Polícia Federal determinam um ponto ; geralmente a Catedral; para que o Gabinete de Segurança Institucional receba o novo chefe do Executivo.
O procedimento foi adotado na cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, com um diferencial. Na ocasião, os agentes do GSI foram buscá-lo na Granja do Torto, causando constrangimento nos policiais federais que o escoltavam desde a eleição.
Escolta
A Polícia Federal faz a escolta dos candidatos a partir do momento em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aceita o registro. Todos recebem escolta por 24 horas, com as despesas pagas pelo próprio governo. O efetivo usado é definido de acordo com o candidato. A PF colocou à disposição dos dois principais que disputaram as eleições presidenciais deste ano, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), em torno de 15 agentes, comandados por um delegado. A escolta acompanha o eleito até o dia da posse.