postado em 02/01/2011 15:49
Ao deixar o cargo neste domingo (2/1), o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim disse que conclui as tarefas com a ;sensação do dever cumprido;. Segundo ele, a política externa adotada pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi marcada pela decisão de ;desassombrar;, buscando novos parceiros e reforçando os já existentes. Emocionado, Amorim afirmou que, em muitas situações, a comunicação com Lula ocorria via ;telepatia;.;Tenho a sensação do dever cumprido. Fizemos o que tivemos de fazer. Realizamos o que prometemos, enfrentamos os desafios de negociações complexas. Fizemos do Mercosul uma prioridade efetiva, buscamos explorar novos horizontes e reforçamos novas parcerias. Entre as novas parcerias, a África;, disse Amorim.
Amorim esteve à frente do Ministério das Relações Exteriores nos oito anos de mandato de Lula. Ele foi um dos responsáveis pelas negociações de um acordo para a troca de urânio no Irã. Também foi um dos defensores da busca pelo diálogo com o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad e contrário às sanções ao Irã.
O ex-chanceler afirmou que percebe os avanços conquistados por Lula quando anda pelas ruas e praças das cidades brasileiras. ;Desenvolvemos uma política na qual o povo brasileiro se reconhece e tenho oportunidade de perceber isso nas ruas e nas praças onde ando, sem seguranças nem assessores. Posso ouvir isso de gente simples;, disse.
Citando o compositor Chico Buarque de Hollanda, Amorim afirmou que o objetivo da política externa comandada por ele sob as orientações de Lula foi, sobretudo, de ;desassombrar;. ;Nosso poeta Chico Buarque bem definiu que é a política que não fala fino com os poderosos;.
[SAIBAMAIS]Amorim transmitiu hoje o cargo ao novo ministro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota. Na gestão de Lula, Patriota ocupou a Secretaria-Geral do Itamaraty, segundo cargo mais importante na estrutura do ministério. Amorim disse que se despede hoje da vida pública.