postado em 04/01/2011 15:26
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, convocou para hoje (4), em Roma, uma reunião extraordinária com o embaixador italiano no Brasil, Gherardo La Francesca. Também participará o representante italiano na União Europeia (UE), Nelli Feroci. Em pauta, a decisão do governo brasileiro de manter no Brasil o ex-ativista italiano Cesare Battisti, negando a extradição. As informações foram divulgadas pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália.;[A reunião tem o objetivo de] examinar o processo acompanhado pelo governo italiano sobre o caso Cesare Battisti e a repercussão na Europa;, informa o Ministério das Relações Exteriores da Itália, em um breve comunicado. Segundo diplomatas, o embaixador italiano no Brasil foi chamado por Fratini para prestar esclarecimentos sobre o assunto e a tramitação do processo.
[SAIBAMAIS]No último dia 31, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti deve ser mantido no Brasil e recusou a extradição. O caso ainda vai ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), provavelmente em fevereiro, depois do recesso jurídico. Para autoridades e juristas italianos, o ideal é a conceder a extradição de Battisti. Há informações de que o governo italiano estuda recorrer da decisão no Tribunal de Haia e até retaliar o Brasil na União Europeia.
Porém, o advogado-geral da União (AGU) , Luís Inácio Adams, amenizou o mal-estar entre o Brasil e a Itália. Segundo ele, o governo italiano tem o ;direito universal; de questionar a decisão brasileira e recorrer. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que não há o que comentar sobre o assunto.
Em várias cidades da Itália estão programadas para hoje manifestações contra a decisão do governo brasileiro de não extraditar Battisti. Um dos líderes do movimento é Alberto Torregiani, filho de uma das supostas vítimas do italiano. O ex-ativista é acusado de envolvimento em quatro crimes distintos inclusive com acusações de assassinato. Battisti nega as acusações.
Desde março de 2007, o italiano está preso preventivamente na Penitenciária da Papuda, em Brasília, por determinação da Suprema Corte. O ex-ativista foi condenado à revelia na Itália à prisão perpétua por participação nos quatro crimes.