Politica

Filosofia do PAC será adotada em ações para erradicar a pobreza no país

postado em 07/01/2011 08:00
Decisão foi anunciada na primeira reunião interministerial do governo Dilma. Oito chefes de pasta cuidarão do programa que será focado na inclusão produtiva dos beneficiadosA primeira reunião interministerial da presidente Dilma Rousseff, realizada ontem, no Palácio do Planalto, serviu para discutir medidas de combate à miséria ; principal promessa de campanha da petista ; com os responsáveis por ministérios da área social e com uma parte da equipe econômica do governo federal. Como meta, a presidente determinou a criação de um plano nos mesmos moldes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas, desta vez, com o objetivo de erradicar a extrema pobreza. A ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, tem a missão de comandar essa tarefa com a escolhida para ser secretária-executiva do projeto, Ana Fonseca, que ajudou a criar e a implementar o Bolsa Família, programa social de transferência de renda do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que atende, atualmente, 12,9 milhões de pessoas.

De acordo com a ministra Tereza Campello, o programa, que ainda não tem um nome definido, vai trabalhar com três frentes específicas, sendo a principal delas o trabalho de inclusão produtiva, ampliando as oportunidades de emprego e os projetos de agricultura familiar. Além disso, o programa inclui o aprofundamento na rede de serviços públicos, como saneamento, e a ampliação do conjunto de programas de transferência de renda. Um aumento no Bolsa Família, portanto, é esperado, mas o governo não define um valor nem um prazo para que o reajuste aconteça.

;Tenho a convicção de que, pelo nível de adesão dos integrantes do governo e pelo grau de interesse da sociedade, esse programa será bem sucedido. O comitê gestor comandado pelo centro do governo será construído usando o modelo de gestão do PAC, com metas claras e condições de monitoramento para que possamos prestar contas para a sociedade;, afirmou a ministra do MDS. ;A presidente pediu que não façamos anúncios sem consistência. Vamos estabelecer metas bem objetivas para vocês da imprensa. Nos cobrem;, completou.

Apesar de ressaltar que a presidente Dilma pediu que não fossem feitos anúncios ;sem consistência;, Tereza Campello e Ana Fonseca disseram que as diretrizes do programa ainda estão sendo desenhadas e que os participantes da reunião não conversaram sobre assuntos que envolvessem orçamento. Elas destacaram somente que as reuniões com os ministérios envolvidos na empreitada acontecerão periodicamente e que oito chefes de pastas fazem parte do comando do programa.

Levando em conta os moldes seguidos pelo PAC, programa que impulsionou a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República no segundo mandato de Lula, o projeto será dividido em etapas com metas de períodos classificadas em curto, médio e longo prazos e, ao fim de cada uma dessas etapas, será feito um balanço para apresentar resultados parciais. Perguntada se o projeto de erradicação da extrema pobreza seria baseada apenas em programas assistenciais, Tereza Campello rechaçou a ideia. ;Obviamente, não vamos trabalhar para a erradicação da pobreza somente com políticas de transferência de renda. Ao contrário, nossa agenda é de inclusão social e produtiva;, ponderou.

Reuniões bilaterais
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, uma das poucas remanescentes do governo Lula, participou de uma reunião com Dilma na tarde de ontem. A presidente ouviu relatos sobre projetos em andamento no ministério e quis saber da atual situação de licenças ambientais de hidrelétricas, incluindo a de Belo Monte, e de outras obras do PAC, que sempre foram motivo de discussão com o ministério na época em que a presidente era ministra de Minas e Energias.

Hoje, Dilma recebe o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o secretário-executivo do ministério, Cezar Alvarez, para discutirem sobre o Plano Nacional de Banda Larga.

Verbas são transferidas
Alana Rizzo

Quase R$ 10 milhões do Minha Casa, Minha Vida vão para o Rio Grande do Sul, onde, segundo a Caixa, há projetos mais avançadosO governo federal reduziu em R$ 9,8 milhões a verba do programa nacional de habitação rural do Minha Casa, Minha Vida destinada aos estados de Minas Gerais, Ceará, Maranhão e Pará. O valor será repassado ao Rio Grande do Sul, governado pelo petista Tarso Genro. De acordo com o ministério, a transferência de recursos foi solicitada pela Caixa Econômica Federal com o objetivo de atender projetos já qualificados naquele estado. Minas, Ceará, Maranhão e Pará não tinham propostas prontas e aprovadas para o programa.

Ao todo, o Ministério das Cidades prevê a distribuição de R$ 500 milhões entre os estados. O Nordeste é a região mais beneficiada: R$ 293,8 milhões, equivalente a 58% do valor. A Região Sul tinha R$ 50,7 mi-lhões. Com o acréscimo, ficou com R$ 60,6 milhões.

Segundo relatório do ministério, faltam cerca de 590 mil domicílios em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e no Paraná. Em termos relativos, o Sul apresenta o menor percentual de deficit habitacional, correspondendo a 6,5% do total de domicílios da região. Entre os motivos estão o custo do aluguel e a coabitação familiar. No país, a estimativa é de que faltam 5,5 milhões de casa, sendo que 30% delas estão na zona rural.

O valor do corte nos estados atingidos foi semelhante: R$ 2,4 milhões. O Maranhão ; que tinha a maior destinação orçamentária ; ficou com R$ 89 milhões. Dos 434 mil imóveis que compõem o deficit habitacional no estado, 230.118 estão no campo, o que representa 51%. O Ceará terá agora R$ 36 milhões para investir na área. A Região Nordeste tem um dos menores deficits habitacionais do país, ou 35,1% do total. Perde apenas para a Região Sudeste, que concentra os imóveis na área urbana. Minas Gerais e Pará ficaram com R$ 26 milhões e R$ 25 milhões, respectivamente.

Promessa
O programa de habitação, bandeira da presidente Dilma Rousseff, é dividido entre os projetos de habitação urbana e rural. A promessa de campanha da petista é entregar, nos próximos quatro anos, mais 2 milhões de moradias. Pela legislação, os recursos são transferidos para o Fundo de Arrendamento Residencial e o Fundo de Desenvolvimento Social. Os agricultores e trabalhadores rurais são atendidos de forma coletiva e por intermédio de entidades representativas. Cada grupo de beneficiário pode ter no máximo 50 participantes. A verba é distribuída entre municípios, considerando a estimativa do deficit habitacional e dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007.

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