Politica

Ex-presidentes pós ditadura têm papel de protagonismo político

postado em 09/01/2011 08:32
Quando um presidente desce a rampa do Palácio do Planalto após passar a faixa presidencial a seu sucessor ; ou, mais recentemente, sucessora ;, seu mandato está oficialmente encerrado. As realizações e os problemas que enfrentou ao longo da administração ficam registrados na história, mas sua influência como ex-líder da nação ainda tem grande importância. Por mais que o tempo à frente do governo federal acabe, os nomes de ex-presidentes e suas declarações, historicamente, permanecem presentes no noticiário, não apenas no Brasil, como em outros países. Em algumas nações, a força política desses ex-mandatários é institucionalizada.

;Nos Estados Unidos, por exemplo, a função dos ex-presidentes está tradicionalmente ligada aos acontecimentos internacionais. É muito comum ouvirmos nomes de ex-governantes norte-americanos em assuntos de repercussão mundial;, comenta o analista político Rudá Ricci, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

O professor Eduardo Zauli, da Universidade Federal de Minas, destaca que três dos nossos ex-presidentes permanecem com forte atuação política: José Sarney, Fernando Collor de Mello e Itamar Franco. Sarney e Collor são senadores, e Itamar conseguiu ser eleito em outubro passado para o Senado. Já Fernando Henrique Cardoso, sem mandato eletivo, retornou à carreira acadêmica após dois mandatos consecutivos na Presidência.

Futuro
O que muitos brasileiros se questionam hoje é: ;O que Luiz Inácio Lula da Silva fará agora que não é mais presidente?;. Antes de deixar o cargo, ele afirmou que pretende criar uma ONG, o Instituto Lula, voltada para a política internacional, com a implantação, em outros países, de programas que deram certo no Brasil.

No entanto, analistas acreditam que, independentemente da área de atuação, Lula pode planejar uma volta ao poder. ;O ex-presidente deve ter um papel de grande influência nas relações internacionais durante os próximos anos, com trabalhos na América Latina e na África, e vai comentar sempre os fatos políticos nacionais. Apesar de recuar quando o assunto das eleições de 2014 entra em discussão, ele não refuta a hipótese do retorno;, opina Rudá.

Com a popularidade de Lula, que terminou seu segundo mandato com índice recorde de aprovação, uma eventual candidatura do hoje ex-presidente, seja para um cargo no Legislativo ou para o Palácio do Planalto, configuraria um obstáculo dificílimo de ser transposto pela oposição. E até mesmo por Dilma Rousseff, caso a nova mandatária do país e pupila de Lula almeje disputar a reeleição.

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