postado em 18/01/2011 09:34
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, concluirá no Uruguai seu ciclo de viagens internacionais a países vizinhos que devem ser visitados pela presidente Dilma Rousseff. O chanceler, que esteve ontem no Paraguai e na semana passada na Argentina, tem reuniões marcadas hoje com o presidente José Alberto Mujica e com o colega de ministério, Luis Almagro. O objetivo é avançar nas discussões nas áreas de infraestrutura, de integração produtiva e de ciência e tecnologia.O Brasil é o principal parceiro comercial do Uruguai. Em 2010, o intercâmbio chegou a US$ 3,1 bilhões, o que representou um aumento de 19% em relação a 2009. Em decorrência do crescimento de quase 27% na exportação de produtos uruguaios ao Brasil, o intercâmbio comercial ficou mais equilibrado, com um pequeno superavit de US$ 43 milhões a favor do país vizinho.
;A tendência é que a presidente Dilma continue nessa direção: de procurar não se distanciar de países vizinhos. Durante a gestão de Lula, procurou-se ocupar espaços. Agora, a prioridade deve ser intensificar as relações com as devidas prioridades;, avalia o professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Antonio Ramalho. Segundo ele, a ida de Patriota aos países vizinhos tem como objetivo ;sentir de maneira mais forte o que se passa por lá;. Algo além ;do que se chega por meio da malha diplomática;.
Atritos
Na capital do Paraguai, onde há uma relação mais tensa por causa do acordo de Itaipu ; no qual o Brasil passará a pagar mais pela compra da energia elétrica paraguaia ;, Patriota disse, ontem, que o governo brasileiro desenvolverá uma ;agenda ambiciosa; com o país vizinho. A declaração foi dada em entrevista coletiva, após um encontro com o presidente Hugo Fernando Lugo onde foram tratados temas como saúde, educação e a erradicação da pobreza. O comércio entre o Brasil e o Paraguai chegou a US$ 3,16 bilhões em 2010, o que representa aumento de 39% em relação a 2009.
Para Antonio Ramalho, os atritos com o Paraguai em torno do Tratado de Itaipu são normais nas relações diplomáticas e deverão ser resolvidos em breve. ;É normal que um país como o nosso, que no fim da década de 1980 participava de menos de 40% da economia da região e hoje responde por quase 60%, tenha de conviver com essas disparidades. Na prática, os dois governos sabem que precisam se entender;, afirma o professor da UnB.
Em 10 de janeiro, Patriota foi à Argentina e se encontrou com o ministro de Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina, Héctor Timerman, e com a presidente Cristina Kirchner. O Brasil também é o principal destino das exportações argentinas e o maior fornecedor da Argentina.
O ministro das Relações Exteriores brasileiro deve dormir no Uruguai e voltar amanhã ao Brasil. A viagem de Dilma à Argentina está prevista para o próximo dia 30. Ao Uruguai, um dia depois.