postado em 22/01/2011 08:30

As declarações em entrevista ao jornal O Globo, que chegaram a causar indisposição até entre integrantes da cúpula da Polícia Federal, que enxergavam um certo ;simplismo; na opinião do secretário, marcaram a segunda grande exposição negativa do advogado na mídia. Antes disso, dizia-se traumatizado por uma revista ter atribuído a ele declaração registrada em suposto grampo. Abramovay e seu pai divulgaram nota de repúdio contra a acusação de o ex-secretário ter reclamado que estava cansado de ser cobrado pelo governo para elaborar dossiês contra integrantes da oposição.
[SAIBAMAIS]Aos 30 anos, o advogado foi ministro da Justiça duas vezes e está no segundo casamento. A moça que teria feito Abramovay ;sossegar; é Carolina Haber, assessora de assuntos jurídicos da Casa Civil. Desde que chegou ao Ministério da Justiça, em 2004, para assessorar Márcio Thomaz Bastos, o talento jurídico de Pedro ; herdado do pai, Ricardo Abramovay, professor da USP e amigo do ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante ; inspirava confiança. Em suas viagens internacionais, o ex-ministro Tarso Genro passava o bastão para Pedro, fazendo dele o ministro mais jovem a assumir a Justiça.
Da assessoria de Marta Suplicy na prefeitura de São Paulo aos tempos no gabinete de Mercadante no Senado, Abramovay aprendeu a dar nó em gravata, limitação ressaltada pelos colegas, e deixou de ser o ;rapaz do Ministério da Justiça; para compor o segundo escalão do governo Dilma Rousseff. Na capital, conservou o hobby que o acompanha desde a faculdade: escrever poesia. Paulo Leminski e Augusto Campos são os poetas inspiradores. ;Ele é um bom poeta;, elogia o amigo Paulo Rogério Ferraz, que fundou com Abramovay o selo Sebastião Grifo e a revista Sebastião. ;Ele é sério e disciplinado, sempre consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo;, afirma Ferraz. Exerceu a veia literária publicando pelo Sebastião Grifo o livro Ver só, mas parou nele.
O menino de ouro do Ministério da Justiça sempre foi o queridinho da Esplanada. O perfil amigável funcionava como elemento agregador do primeiro e do segundo escalão. Em casa no governo petista, partido que sempre adorou desde a militância estudantil, o ex-secretário ajudava a organizar encontros judaicos da cúpula governamental que também professavam a religião.