Politica

Ex-ministros que não ficaram para a gestão Dilma tentam retomar a rotina

postado em 13/02/2011 09:46
Um mês e meio depois da posse de Dilma, para a metade dos ex-ministros de Lula a Esplanada do Ministério é uma realidade, no momento, ainda não tangível. A situação profissional desses integrantes de cargos do primeiro escalão pode ser descrita em três grandes categorias. A primeira: profissionais liberais com uma carreira interrompida, em geral concursados em órgãos públicos, que retomaram as antigas funções das quais estavam licenciados. Na segunda categoria estão aqueles que já não esperam por cargos no primeiro escalão, mas continuam em seus estados militando na política e com pretensões eleitorais definidas. E na terceira figuram profissionais liberais que querem continuar no serviço público. Esses ainda aguardam um aceno do governo Dilma, certos de que, agora, só restam cargos de segundo e terceiro escalão para serem preenchidos.

Que ninguém estranhe se ao passar pela Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa de Minas encontrar Patrus Ananias (PT), ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, batendo ponto ou participando de conferências e ministrando palestras. Ele voltou a dar aulas na UFMG:;O que não se coloca para mim neste momento, onde a vista alcança, é a disputa política eleitoral ou a disputa interna no partido por cargos. Meu desejo, minha opção, é a militância mais livre;, diz Patrus.

Também o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão (PMDB), médico infectologista, há 30 anos professor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e conhecido pela militância no movimento sanitário, voltou à Fiocruz. Atua agora no Centro de Relações Internacionais em Saúde da fundação. Da mesma forma, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Sérgio Rezende (PSB) retornou, em 10 de janeiro, à casa, a Universidade Federal de Pernambuco, onde é professor e pesquisador desde 1972. ;Decidi que agora quero me dedicar à vida acadêmica, sem qualquer pretensão de ocupar postos no governo;, afirmou, salientando ter gosto pela rotina universitária e pelo contato com pesquisadores e estudantes.

Ex-presidente do Banco Central, durante oito anos, no governo Lula, Henrique Meirelles está de quarentena até o fim de abril. Meirelles foi convidado para assumir a Autoridade Pública Olímpica (APO), órgão que deverá ter 493 cargos de livre nomeação, sendo 37 de diretoria, com salários de R$ 5 mil a R$ 22 mil. O órgão é um consórcio entre as três esferas do Executivo e tem como objetivo coordenar as ações dos Jogos Olímpicos de 2016.

Status inferior
O primeiro escalão foi preenchido. E os convites para os antigos cargos jamais chegaram. A expectativa continua na mesma proporção em que se intensificam as articulações políticas para a conquista de espaços. Sobraram apenas cargos no segundo ou até terceiro escalão.

O ex-ministro das Comunicações Hélio Costa (PMDB) trabalhou para ser indicado à Presidência de Furnas, mas não conseguiu. Espera ser indicado para a diretoria de alguma grande estatal, do tipo Petrobras, ou, quem sabe, até de Furnas ou da Eletrobras.


Um terço mantém cargo
Um terço dos integrantes do primeiro escalão do governo Lula manteve a função ou foi deslocado para cargos de igual prestígio. Cinco se elegeram, entre os quais a própria Dilma Rousseff (PT), e exercem mandato eletivo. É o caso de Tarso Genro (PT), que estava à frente do Ministério da Justiça e é governador do Rio Grande do Sul, assim como o do ex-ministro da Previdência, José Pimentel (PT-CE), eleito senador. Também Reinhold Stepahnes (PMDB-PR), ex-ministro da Agricultura, agora exerce mandato de deputado federal. Há ainda Carlos Minc (PT), ex-ministro do Meio Ambiente, que se elegeu deputado estadual no Rio de Janeiro e integra o governo Sérgio Cabral (PMDB), como secretário de Meio Ambiente.

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