Brasília - O Partido dos Trabalhadores vai exigir a reciprocidade dos senadores da bancada na hora da votação do salário mínimo no Senado. Segundo o líder do partido na Casa, senador Humberto Costa (PT-PE), emendas como a anunciada nesta quinta (17) pelo senado Paulo Paim (PT-RS) serão derrubadas. ;Nós vamos apelar fortemente para derrubar todas as emendas de senadores da base. As que forem apresentadas nós vamos procurar rejeitar. Vou fazer de tudo para que o projeto não precise voltar para a Câmara dos Deputados;, disse.
[SAIBAMAIS]Costa afirmou ainda que vai procurar o senador Paulo Paim para tentar convencê-lo a não apresentar a emenda que propõe uma antecipação de R$ 15 do reajuste no salário mínimo previsto para 2012. De acordo com o líder, os senadores do PT têm sido prestigiados pela presidenta Dilma Rousseff e Paim, inclusive, foi escolhido pelo partido para presidir a Comissão de Direitos Humanos do Senado. Agora, na opinião do líder, é hora do senador responder com reciprocidade.
;Dentro do partido nós temos trabalhado para ter um amplo reconhecimento dos senadores que compõem a nossa bancada. O senador Paim não é exceção. Agora, o ônus e o bônus são iguais para todos os senadores do PT. Se alguém sofre um ônus com isso, todos sofrem também;, disse Costa sobre a votação no valor de R$ 545 para o mínimo.
Apesar disso, ele evitou falar em retaliação aos integrantes do partido que votarem contra a proposta do governo. Segundo Costa, se fosse esse o caso, o PT teria deixado o anúncio dos indicados para presidir as comissões após a votação.
Ele também negou que exista a possibilidade de haver algum tipo de troca pelo valor do salário mínimo. Paim chegou a dizer que recuaria da emenda se o governo aceitasse discutir o fim do fator previdenciário. ;Eu acredito que não seria um bom procedimento estabelecermos condicionantes. Foi assim que o governo agiu na Câmara dos Deputados e obtivemos sucesso no resultado. Acredito que no Senado não vai ser diferente, e a bancada vai votar fechada;, afirmou.
O líder do PT disse ainda que propôs à oposição que um integrante da equipe econômica comparecesse ao Senado para dar as explicações necessárias sobre o valor defendido pelo governo. Apesar disso, segundo ele, os oposicionistas não consideraram a visita necessária.