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Politica

Centrais sindicais deixam o Senado antes da votação do mínimo



As caravanas de manifestantes das centrais sindicais abandonaram a galeria do Senado antes do início da votação das emendas do mínimo, na noite desta quarta-feira (23/2). Muitos chegaram por volta das 14h e acompanharam os discursos que antecedem a votação no Plenário. A maior parte dos manifestantes representavam a Central Sindical Popular (CSP) e a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas).

Os grupos deixaram o Senado após as 21h, antes dos senadores votarem as emendas ao projeto de Lei 1/11, que muda para R$ 545 o valor do salário mínimo - atualmente fixado em R$ 540.

Cerca de 100 pessoas, limite imposto pela polícia legislativa para proteger os senadores, levaram máscaras da presidente Dilma, camisetas e pequenas faixas, mas se manifestaram de forma tímida, com inícios de vaias aos senadores que discursavam em defesa do projeto do governo de reajustar o mínimo para R$ 545. A cada vaia, eles eram repreendidos pelo presidente da Casa, José Sarney.

A secretaria executiva da CSP, Neida Oliveira, disse que os manifestantes não iam ficar até o final da sessão, por já saber que a proposta do mínimo do governo será aprovada. "Fizemos nosso protesto, mas a luta não termina aqui", disse. Eles foram ao Senado para reivindicar o aumento do salário com base no mesmo índice dos parlamentares de 62%. Segundo Neida, a proposta foi levantada como uma forma de protesto e para estimular o debate e reflexão da sociedade.

Manifestação limitada
Para proteger os senadores da base governistas de vaias e de xingamentos, como ocorreu durante a votação do reajuste do salário mínimo na Câmara, a Polícia Legislativa do Senado foi escalada para fazer uma triagem das pessoas autorizadas a entrar na galeria do plenário. Os representantes de entidades sindicais que entraram no Senado para acompanhar a votação foram vigiados de perto e não puderam portar faixas. Os policiais permitiram apenas manifestantes com camisetas das centrais sindicais.

As galerias receberam no máximo 100 pessoas. Para manifestar apoio ou rejeição durante o discurso dos senadores, os representantes de entidades só poderão balançar as mãos, em movimento simbólico. Quem se manifestasse por gritos ou criasse confusão nas galerias seria imediatamente expulso do Senado.