postado em 19/03/2011 08:53
Ao lado do atual embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, o diplomata Craig A. Kelly esteve presente em um dos momentos mais delicados na relação recente entre Washington e Brasília. Em 2009, quando Shannon era subsecretário de Estado para o continente, Kelly, o então número 2 da diplomacia americana, foi um dos representantes mais atuantes do país na problemática questão de Honduras, após a deposição do presidente Manuel Zelaya. Na época, Brasil e EUA discordaram abertamente na postura sobre a saída de Zelaya e sobre o novo governo hondurenho %u2014 até hoje não reconhecido pelo Brasil.
Hoje, Kelly avalia que os dois países conseguiram discutir sua diferenças %u201Ccom franqueza%u201D, como verdadeiros parceiros fazem. %u201CA crescente influência global do Brasil pode levar a outras áreas em que os dois países discordam, mas nós devemos ser capazes de abordar essas questões olhando para o futuro%u201D, disse o diplomata, em entrevista ao Correio às vésperas da chegada do presidente Barack Obama a Brasília. Para o especialista, que foi subsecretário de Estado adjunto para o Hemisfério entre setembro de 2007 e setembro de 2010 %u2014 sendo o vice de Shannon e, depois, de Arturo Valenzuela %u2014 e assistente direto do então secretário de Estado Colin Powell, entre 2001 e 2004, a visita de Obama é um %u201Cpasso significativo nas relações bilaterais%u201D, mas faz parte de uma aproximação que já vinha ocorrendo entre os dois países.
Com a experiência de quem esteve tão perto das decisões diplomáticas americanas, Kelly, atual vice-presidente do Grupo Cohen, faz um prognóstico positivo para os brasileiros, que serviria como um bom conselho para o mandatário americano em sua passagem por aqui: %u201CNão posso falar pelo presidente Obama, mas acredito que uma expansão do Conselho de Segurança da ONU que não inclui o Brasil é inconcebível%u201D.