A agenda presidencial oficial dos primeiros 100 dias de governo de Dilma Rousseff revela quem são os ministros mais próximos da petista, os mais distantes e quem está bem na foto quando o assunto é orçamento. Guido Mantega (Fazenda), no cargo desde a gestão de Lula e um dos protagonistas do corte de R$ 50 bilhões, foi o mais recebido por Dilma no Palácio do Planalto: 12 vezes no total. Antônio Patriota (Relações Exteriores), Antônio Palocci (Casa Civil) e Helena Chagas (Comunicação Social) aparecem em seguida como os mais próximos da presidente.
Apesar de não terem grandes orçamentos em suas pastas, são eles quem mais auxiliam politicamente a presidente no dia a dia. A análise também mostra os titulares de pastas que ainda não tiveram agenda pessoal com Dilma. Fazem parte do grupo os peemedebistas Moreira Franco (Assuntos Estratégicos) e Wagner Rossi (Agricultura). Completando o Top 5 da agenda presidencial, Alexandre Padilha (Saúde), que não era a primeira opção para ser responsável pela área mais crítica e pior avaliada desde a era Lula, teve reuniões reservadas por seis vezes com a presidente no Planalto. Porém, ainda parece estar longe de solucionar os problemas crônicos do setor, mesmo tendo em suas mãos o maior orçamento da Esplanada dos Ministérios (quando se exclui Fazenda e Previdência Social).
Os ministérios do Esporte e do Turismo, pastas consideradas estratégicas por causa da realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, aparecem com as piores execuções orçamentárias. Da verba prevista para os dois órgãos, menos de 4% foram efetivamente desembolsados no primeiro trimestre. Orlando Silva (Esporte) ainda foi recebido por quatro vezes. Desgastado pelo episódio do motel pago com dinheiro da Câmara enquanto ainda era deputado, Pedro Novais (Turismo) não teve agenda com a presidente. Embora o levantamento tenha sido feito com base na agenda oficial, vários ministros tiveram encontros não registrados com Dilma, em especial aqueles do núcleo palaciano.