postado em 12/04/2011 07:38
Pequim ; A presidente Dilma Rousseff começou o seu périplo pela China ;com o pé direito;, conforme definiu o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel. A presidente recebeu a informação do embaixador brasileiro em Pequim, Clodoaldo Hugueney, que a Embraer vai obter a licença para vender 35 aviões modelo EMB 190 para as companhias chinesas ; 10 já acertados em janeiro e mais 25 a serem negociados. Além disso, a empresa fechará um acordo para a fabricação do jato Legacy no país. ;A China, que antes, não permitia a compra de jatos executivos para suas empresas, agora virou um mercado promissor na área e todas as empresas do setor estão se voltando para cá;, afirmou o embaixador.As boas notícias repassadas a Dilma não se restringiram aos aviões. Em seu primeiro encontro oficial, uma hora e meia depois do desembarque, o presidente da Huawei, Ren Zhengfei, firmou o compromisso de um investimento de US$ 350 milhões da empresa para instalação de um centro de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia em Campinas e, ainda, a doação de US$ 5 milhões anuais, durante 10 anos, para instalação de equipamentos de informática nas universidades brasileiras.
Dilma mal acabara o encontro com Zhengfei, quando o governador da Bahia, Jaques Wagner, passou correndo pelo hall do hotel St. Regis, onde a comitiva brasileira está hospedada, atrasado para um encontro no escritório da Agencia de Promoção das Exportações (Apex). Preparava-se para assinar um investimento de US$ 300 milhões da Chongqing Grain Group na área de produção de soja na região de Barreiras (BA).
;Para o primeiro dia, não foi nada mal;, comentou Pimentel, referindo-se aos acordos, em especial, o assinado com a Huawei. Os investimentos e as doações, entretanto, não são de graça. A Huawei, como a ZTE e a Foxconn ; outras duas empresas de alta tecnologia no setor de telecomunicações ; estão de olho na nova política de ampliação dos serviços de banda larga no Brasil e, nesse ramo, dizem os especialistas, quem chega primeiro tem a vantagem.
De acordo com o ministro Pimentel e com o prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), que também participou da reunião, os investimentos da Huawei vão permitir o envio de estudantes da Unicamp para Pequim, para estudos na área de telecomunicações, e ainda a criação de cerca de mil empregos diretos na cidade.
[SAIBAMAIS]Santos já estava em Pequim antes da presidente, mas Pimentel e Wagner chegaram no avião da presidente Dilma Rousseff. Hoje, a presidente tem uma agenda extensa na cidade. Logo cedo, ela participa da abertura do Dialogo de Alto Nível Brasil-China em Ciência, Tecnologia e Inovação, no complexo Diaoyutai, a casa de hóspedes do governo chinês. Depois, encerra o seminário empresarial Brasil-China (leia mais na página 4). À tarde, será a vez da assinatura dos acordos governamentais e empresariais. No caso da Petrobras, o governo chinês pediu que os acordos fossem assinados fora da cerimônia oficial para não atrasar o banquete, marcado para as 18h45 desta terça-feira.
Uma festa
Nem só de comércio é feita a visita de Dilma à China. Ontem, como parte da programação, embora sem a presença da presidente, foi inaugurada a uma exposição do artista plástico Roberto Magalhães, com desenhos e pinturas a óleo representativas da arte contemporânea brasileira no Museu da Academia de Artes de Pequim. Enquanto isso, no espaço Cultural GuanghuaLu, foi a vez do Clube do Choro de Brasília fazer uma apresentação especial fechada para convidados. Hoje, o Clube do Choro comanda um novo show, durante o almoço de encerramento do seminário empresarial, com a presença de Dilma.