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Saiba quais são as áreas de interesse entre os dois países

Enviada Especial
postado em 13/04/2011 07:24

A visita da presidente Dilma Rousseff ao país com a segunda maior economia e a maior população do mundo teve orientação puramente econômica. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, mas na disputa por uma relação mais equilibrada, a balança ainda pende para o gigante asiático. Confira os pontos de interesse de cada país.

Valor agregado
A China manifestou disposição de incentivar suas empresas a comprarem produtos brasileiros manufaturados. Mas a retórica, na prática, é diferente, os chineses dificultam a entrada de bens de maior valor agregado e querem, na maioria das vezes, formar parcerias de transferência tecnológica ; como é o caso da Embraer.

Carne
O mercado de carnes, considerado de maior valor agregado, é um exemplo de como os chineses restringem a abertura comercial. O Brasil pleiteava a aprovação de 13 frigoríficos qualificados para a venda do produto, mas o governo chinês deu sinal verde para apenas três.

Básicos
A pauta de exportação do Brasil para a China é primordialmente de commodities (produtos de origem primária). A meta é diversificá-la porque o setor é bastante competitivo com atores protagonistas espalhados pelo globo. Na setor tecnológico, no entanto, a concorrência é mais difícil. O entrave é que essa é a área com maior investimentos dos chineses. O país asiático forma o maior número de doutores em todo o mundo.

Minérios
A ambição da China é ir além da mera importação de commodities na área de minérios. Os chineses estão de olho na aquisição de minas para eles mesmos terem o controle de toda produção. O Brasil ainda resiste à essa ambição porque significa aquisição de terra por estrangeiros.

Alta tecnologia
A China só aceita que empresas atuem em seu mercado na forma de parceiras com possibilidade de transferência tecnológica. No Brasil, a taiwanesa Foxconn vai investir US$ 12 bilhões para, em parceria, com a norte-americana Apple , construir iPads nacionais. O acordo, no entanto, não deixa claro se haverá, em contrapartida, transferência de tecnologia e expertise para alguma companhia brasileira.

Observador internacional

O Brasil caminha lentamente em sua meta de conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Os chineses, um dos cinco membros da elite da ONU, disseram que apoiam a aspiração nacional de vir a ter um papel mais proeminente nas Nações Unidas. Isso, na avaliação de especialistas, não é uma declaração que avaliza a candidatura brasileira.

Intervenção econômica
Os chineses gostariam que o Brasil declarasse o país como ;economia de mercado;, o que abriria a possibilidade de a China, que tem um governo centralizador e planejado, responder às regras e obrigações da Organização Mundial do Comércio, mas permitiria que as intervenções no câmbio permanecessem.

Câmbio
A desvalorização forçada do yuan, a moeda chinesa, é a grande batalha do palco econômico mundial. Nessa disputa, o Brasil evita tomar o partido dos Estados Unidos, o maior defensor da livre flutuação do câmbio chinês, para não se indispor com os asiáticos.

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