Politica

Governo e empresas chinesas brindaram a comitiva de Dilma com boas notícias

postado em 17/04/2011 09:00

Xian ; A presidende Dilma Rousseff chega hoje a Brasília com a sensação de dever cumprido. Sua viagem à China superou as expectativas iniciais, segundo o chanceler Antônio Patriota e o assessor de assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, em vários temas: atração de investimentos, comércio e reformas da Organização das Nações Unidas (ONU) e de outras instituições globais.

;A China ficou uma oitava acima do que vinha dizendo na questão do Conselho de Segurança da ONU;, afirmou Garcia, para quem esse ponto foi um dos mais relevantes da viagem. Ele lembrou que o comunicado conjunto assinado pela presidente Dilma e pelo presidente chinês, Hu Jintao, na semana passada diz que Brasil e China consideram a representação dos países em desenvolvimento no Conselho de Segurança uma ;prioridade;. O documento completa: ;A China atribui alta importância à influência e ao papel que o Brasil, como maior país em desenvolvimento do hemisfério ocidental, tem desempenhado nos assuntos regionais e internacionais, e compreende e apoia a aspiração brasileira de vir a desempenhar papel mais proeminente nas Nações Unidas;. O Brasil reivindica um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Na reunião do Brics(Brasil, Russia, Índia, China e África do Sul), o Brasil não foi citado de forma tão privilegiada. A razão disso é que Índia e África do Sul, o mais novo membro do grupo, também pleiteiam vaga permanente no Conselho de Segurança. Nesse forum, avalia o ministro de Relaçõs Exteriores, Antonio Patriota, o importante foi o fato de os países terem chegado a um consenso em torno da reforma das instituições globais. ;Está claro que a reforma na ONU virá. Infelizmente, não temos futurologia para dizer se agora ou daqui a três anos;, afirmou.

No quesito comércio, o governo listou dois fatos relevantes, principalmente a licença que a China concedeu a indústrias produtoras de carne suína. Além disso, os diplomatas brasileiros comemoraram o anúncio da viagem do ministro do Comércio da China, Chen Deming, ao Brasil em maio como chefe de uma delegação que buscará produtos de maior valor agregado do Brasil. Os empresários brasileiros, entretanto, estão céticos quanto à possibilidade de a pauta sair do trinômio alimentos-minério de ferro-petróleo.

Se o comércio ainda está longe do que o Brasil gostaria, as perspectivas de captação de investimentos externos foram substantivas. Já no primeiro dia, menos de duas horas depois de a presidente chegar a Pequim, ela se reuniu com representantes da empresa Huawei e selou acordo de US$ 300 milhões para instalação de um centro de pesquisa e desenvolvimento da empresa em Campinas (SP). Cinco dias depois, ela encerrou a agenda oficial com a promessa de outros US$ 200 milhões por parte da ZTE, que pretende gerar mil empregos no Brasil. Entre um anúncio e outro, Dilma ainda recebeu o CEO da Foxconn, Terry Gou, que apresentou à presidente uma proposta de investimento de US$ 12 bilhões no Brasil.

Avanços

Investimentos
A presidente Dilma Rousseff saiu da China com três importantes acordos na área de investimentos externos no Brasil, com a Huawei, a ZTE e a Foxconn. Se todas as previsões forem confirmados, valor chegará a US$ 12,5 bilhões.

Indústria e comércio
O governo brasileiro sentiu maior disposição da China em abrir o seu mercado a produtos externos. Um exemplo foi a liberação da carne de porco brasileira.

Brics
O fórum entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul se consolidou no cenário mundial e a tendência é que o bloco se fortaleça não só na negociação com outros fóruns, mas também nas parcerias entre esses países.

Ciência e tecnologia
Foram assinados vários acordos nessa área, um dos principais fala da instalação de um laboratório virtual da Embrapa e da continuidade do projeto de satélite CBERS para monitoramento das mudanças climáticas.

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