Luisa Brasil
postado em 27/04/2011 20:11
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira, que a vaga de um parlamentar licenciado pertence à coligação, e não ao partido. O julgamento ainda não terminou, mas seis dos onze ministros da corte já se manifestaram a favor das coligações: a relatora Cármen Lúcia, Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Britto.Se o resultado for confirmado, o critério atual de convocação usado na Câmara dos Deputados será mantido e os 22 deputados federais suplentes que foram os mais votados em suas coligações não correm mais o risco de perder o mandato.
Os dois processos julgados foram ajuizados pelos deputados Carlos Victor da Rocha Mendes (PSB-RJ), suplente do partido que pretendia ocupar a vaga deixada por Alexandre Aguiar Cardoso (PSB-RJ), e por Humberto Souto (PPS-MG), que buscava o direito de assumir a vaga deixada por Alexandre Silveira (PPS-MG).
[SAIBAMAIS]A relatora dos dois processos, ministra Cármem Lucia, mudou de opinião e votou a favor da coligação. Anteriormente, ela havia concedido liminares nas duas ações favorecendo os suplentes dos partidos. Na apresentação de seu voto, no entanto, ela disse que se embasou no quociente eleitoral para decidir sobre a causa. O quociente é o cálculo que define quantas vagas cada partido tem dentro de um órgão legislativo, e é calculado de acordo com a votação total da coligação. ;;Não seria acertado dizer que vagas pertencem ao partido coligado A ou B, se o coeficiente é calculado pelas coligações;;, afirmou a ministra.
Durante a fase da apresentação da defesa, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, se manifestou a favor das coligações. Ele alegou que primeiro suplente da coligação recebeu mais votos que o do partido, por isso ;;o reconhecimento da titularidade da coligação sobre a vaga atende ao melhor o princípio de soberania popular;;. A representante da Advocacia-Geral da União (AGU), Grace Fernandes, também falou a favor do critério de suplência pelas coligações. Já a defesa do deputado Carlos Victor da Rocha Mendes (PSB-RJ) argumentou que a validade da coligação termina assim que terminam as eleições.