Ivan Iunes
postado em 12/05/2011 19:30
Devido ao alto grau de tensão que cerca o novo Código Florestal, o governo federal decidiu romper um acordo firmado com a oposição. O plano do Executivo é voltar a se debruçar sobre o texto na próxima semana, para votar a matéria somente no dia 25 de maio. A justificativa oficial é de que a viagem do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), à Coréia do Sul na semana que vem, tornaria a votação ainda mais acirrada em plenário. Mas, no período, o governo anunciou que pretende aprovar a Medida Provisória 521, que inclui um texto que flexibiliza as licitações para obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Por acordo firmado entre os líderes do governo, Cândido Vaccarezza, (PT-SP) e oposicionistas, a MP só iria a plenário depois de o Código ser votado. "Fiz o acordo e anunciamos que o estamos rompendo. Com razão, eles brigaram pedindo a votação da matéria e, por isso, estou pedindo armistício", admitiu Vaccarezza.
[SAIBAMAIS]A presidente Dilma Rousseff, no entanto, já avisou que não aceitará qualquer modificação no texto lido pelo relator, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), em plenário. " O governo não avançará em mais nada. Não recua no sentido de aceitar uma anistia geral aos desmatadores e também não recua em diminuições de APPs (Áreas de Preservação Permanente) e reservas legais", avisou Vaccarezza.
Depois de um dia inteiro de negociação, a votação do novo Código Florestal acabou em insultos e suspensa por falta de quórum. Devido à obstrução da base, o presidente da Casa, Marco Maia, encerrou a sessão e marcou a análise do projeto para a próxima terça-feira (17/5). Mas, com o fracasso das negociações, o governo ameaça endurecer a posição contra os desmatadores.