Politica

Um "trator" disciplinado

postado em 12/06/2011 08:00
Os passos de Gleisi Hoffmann (PT-PR) no Senado a credenciam para ser ;a Dilma da Dilma; na Casa Civil. A nova ministra exerceu o mandato de senadora de forma metódica e disciplinada, como relatam seus assessores mais próximos no Legislativo. Ela não trabalhava menos do que 12 horas por dia. Lia todos os pareceres, executava ideias de projetos, travava as discussões amparada no conhecimento técnico. Gleisi enxergou nas segundas e nas sextas-feiras, dias mortos no Senado e perfeitos para a oposição cutucar o governo Dilma, uma forma de combater os adversários da presidente. A senadora repetia que foi eleita para defender o governo petista. Fez jus a esse mote nos dias em que a maioria dos parlamentares está em suas bases eleitorais.

A ministra é focada, o que pode auxiliá-la na gestão dos projetos do governo, função que passa a desempenhar na Casa Civil. Antes de assumir o mandato, Gleisi se dedicou a arregimentar os melhores assessores e consultores do Senado para seu gabinete. Quase toda a equipe é de Brasília, com experiência acumulada em anos de atuação no Congresso. Quem trabalhou com ela nos quatro meses de mandato ; senadores tomaram posse em 1; de fevereiro ; a descreve ainda como organizada e adepta do planejamento.

Duas situações corriqueiras evidenciam essas características. Todos os dias, cerca de 100 pessoas a procuravam no gabinete. Eram prefeitos, vereadores, paranaenses pedindo emprego ou querendo uma passagem para voltar para casa. Nem todos eram atendidos no gabinete. A equipe de assessores era mobilizada para receber parte dos visitantes. A própria senadora atendia algumas pessoas no plenário e nas imediações. Quando agendava encontros com ministros, Gleisi carregava a bancada do Paraná na Câmara e no Senado. O convite para as audiências se estendia a todos.

;A senadora amealhou em quatro meses um cacife político poucas vezes visto em tão pouco tempo. A projeção dela gerou uma ciumeira;, diz um dos assessores ouvidos pelo Correio. Gleisi passou a incomodar senadores da própria bancada do PT. E não recuou na estratégia de atuação. Classificada pela oposição como um ;trator;, a senadora chamou a atenção da presidente justamente pela forma como agia no Legislativo. ;Eu não tenho dúvida de que ela foi chamada para o ministério por causa da atuação no Senado;, afirma o assessor.

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