Politica

Hackers afirmam terem roubado dados, mas Planalto nega a informação

postado em 23/06/2011 08:27
O principal ataque ao Palácio do Planalto ontem não partiu da oposição, mas de um grupo de piratas virtuais. Entre a madrugada e a tarde desta terça-feira, hackers brasileiros promoveram uma invasão em massa e tiraram do ar sites institucionais do Executivo federal, da Petrobras, da Bovespa e de um grande portal, no maior ataque cibernético já sofrido pelo governo.

Os hackers em questão atuam com o LulzSecBrasil, uma ramificação do grupo internacional homônimo. O ataque de ontem aos sites brasileiros serviu de alerta, segundo os organizadores da mobilização virtual (leia a entrevista ao lado), e deve ser intensificado nos próximos dias.

Embora os invasores afirmem terem obtido dados sigilosos do governo, o Palácio do Planalto nega a quebra de segurança. ;As ações realizadas na madrugada desta terça-feira contra os sites da Presidência da República, da Receita Federal e do Portal Brasil não afetaram os servidores que suportam os serviços. Não houve acessos aos bancos de dados nem danos aos sistemas e a suas informações;, divulgou, em nota, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), ligado ao Ministério da Fazenda.

No início da noite de ontem, o Serpro revelou que conseguiu identificar o país de origem dos ataques. Segundo o órgão, a operação criminosa começou em computadores na Itália.

Na tarde de terça-feira, antes da ofensiva virtual, o Serpro percebeu que havia movimentações atípicas nos servidores da rede. A diretoria chegou a fazer um alerta à presidente Dilma Rousseff, que determinou atenção e segurança redobradas no sistema. Ainda assim, o governo foi alvo de invasões. Ontem, a Polícia Federal determinou a abertura de um inquérito para investigar o ocorrido.

Agora, dizem os vândalos, as ações virtuais estão voltadas para as páginas do Senado, da Câmara dos Deputados, do Tribunal de Contas da União (TCU), da Caixa Econômica Federal e da Rede Infoseg, mantida pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, de uso restrito de agentes de segurança.

Impunidade
Atualmente, não há legislação que tipifique como crime virtual esse tipo de invasão com a finalidade de tirar sites do ar, o que aumenta a sensação de impunidade entre os hackers que usam a rede com propósitos ilícitos.

Entretanto, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei, já aprovado no Senado, que trata da questão. Entre as novas condutas que devem ser enquadradas como crime estão o acesso não autorizado a sistemas, a inserção de vírus e ataques cibernéticos.

Hackers unidos
O LulzSec ganhou notoridade ao acessar dados de páginas de internet do governo dos Estados Unidos, como a CIA, o FBI e grandes empresas como as japonesas Sony e Nintendo. Em paralelo, o grupo Anonymous fez um ataque contra usuários do videogame Playstation 3, roubando dados de milhares de usuários no mundo. Os dois grupos uniram forças recentemente para formar o #Anti-Sec, com objetivo de acessar dados sigilosos de governos de todo o mundo e publicá-los na internet.

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