postado em 25/06/2011 08:22
A investida da facção brasileira do grupo LulzSec contra alvos do governo federal despertou a ira da própria organização e de hackers internacionais, que fecharam a sala de bate-papo na qual se discutiam os alvos a serem atacados e expuseram a suposta identidade de quem estaria por trás da associação no país.A principal crítica é que as ações do LulzSecBrazil limitaram-se a derrubar os sites do governo, sem conseguir acessar dados relevantes. Mais: os administradores internacionais do grupo disseram que a atuação comprometeu ataques planejados há mais de um mês, previstos para ocorrer na madrugada de ontem.
De acordo com o relato obtido pelo Correio de um hacker que vive nos Estados Unidos, devido à exposição que as investidas tiveram, os servidores localizados nos EUA cujos endereços remetiam ao Brasil foram derrubados. De 15 servidores ligados na quinta-feira, seis foram tirados do ar.
Por entender que a repercussão das ações da filial brasileira prejudicou investidas internacionais mais relevantes, o grupo decidiu fechar o site de chat (IRC) e banir o grupo de ter acesso privilegiado às conversas.
Curiosamente, quem decidiu encerrar a conta do LulzSecBrazil foi o mesmo administrador que supervisionou a entrevista que o Correio fez com o hacker identificado como SilverLords ; suposto líder da LulzSecBrasil. Em uma mensagem publicada na internet, outro hacker disse que o objetivo internacional do LulzSec não era fazer ataques aleatórios a qualquer página de internet apenas para tirá-las do ar.
O LulzSecBrasil ganhou notoriedade na quarta-feira, quando derrubou os sites www.presidencia.gov.br e www.brasil.gov.br. A seção internacional do grupo chegou a aplaudir o feito como um grande progresso. O entendimento mudou quando percebeu-se que os hackers brasileiros estavam com atuação sem foco e limitando-se a arrebanhar seguidores aleatoriamente.
Guru de Dilma
Marcelo Branco, ex-coordenador de internet da campanha presidencial de Dilma Rousseff, usou sua conta no Twitter para defender as ações de hackers a fim de tirar do ar as páginas de internet, desde que não haja roubo de dados confidenciais.
Branco disse que as invasões são forma legítima de protesto, ;como os piquetes nas portas de fábricas nos anos 1980; e a ;interrupção do funcionamento de trens e ônibus em dias de greves;. Entretanto, ele disse que não concorda com as recentes ações de hackers contra o governo brasileiro. Segundo Branco, esses ataques específicos ;não tem sentido político;.
Arizona
Nos Estados Unidos, o Lulz Security divulgou ontem dados coletados do Departamento de Polícia do Arizona, num protesto contra a lei anti-imigração do estado norte-americano. Cerca de 700 documentos foram roubados e publicados on-line. O Arizona obriga estrangeiros legalizados a andar com Carteira de Identidade e permite que a polícia aborde e requisite os documentos sem mandado. Os críticos da norma alegam que ela abre espaço para o preconceito racial.